Adão e Silva? "Governo insiste em ajudar os amigos a viverem 'à ricos'"
O líder do CDS exige que o primeiro-ministro faça uma nova nomeação para o cargo de comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
© Global Imagens
Política CDS
O presidente do CDS Francisco Rodrigues dos Santos considerou, esta terça-feira, que a escolha do socialista Pedro Adão e Silva para comissário das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril "insulta os portugueses".
"Portugal não é um país rico para ajudar os portugueses, mas o Governo insiste em ajudar os amigos a viverem 'à ricos', e quem paga somos todos nós", defendeu o dirigente partidário numa nota enviada esta tarde aos jornalistas e partilhada nas redes sociais.
Assim, Francisco Rodrigues dos Santos exigiu que António Costa aponte outro nome para o cargo, "de preferência com indiscutível currículo para a função", e que "reduza drasticamente os custos e a duração desta comissão" por respeito aos portugueses.
"Num momento em que o país se vê a braços com uma grave crise económica, que coloca em causa famílias e setores económicos essenciais para a sobrevivência do país, o Governo não olha a meios para promover um dos protegidos do 'socialistão', amplamente conhecido enquanto porta-voz da propaganda socialista e comentador da bola, e oferece-lhe um cargo durante seis anos pago a peso de ouro e recheado de mordomias", atirou ainda o presidente centrista.
Já esta manhã, à direita do PS, o líder do PSD Rui Rio criticou indiretamente a escolha de Adão e Silva para comissário executivo, dizendo tratar-se de uma "compensação" pelos comentários feitos nos media.
"O PS tem os seus 'comentadores independentes' espalhados pelos diversos canais para vender a propaganda socialista e tentar destruir os adversários... mas esse trabalhinho tem um preço. Chegou a vez de Pedro Adão e Silva receber a compensação. Pagamos nós; com os nossos impostos", atirou Rui Rio, numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter.
Em 27 de maio, o Conselho de Ministros aprovou a criação de uma estrutura de missão para organizar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinala em 2024, nomeando Pedro Adão e Silva como comissário executivo.
Pedro Adão Silva é professor auxiliar do departamento de ciência política e políticas públicas no ISCTE, diretor do Doutoramento em Políticas Públicas da mesma instituição e comentador em vários órgãos de comunicação social, como a TSF ou o Expresso.
A par da estrutura de missão vai funcionar, junto da Presidência da República, uma Comissão Nacional, presidida pelo antigo Presidente da República Ramalho Eanes, que terá a responsabilidade de "aprovar o programa oficial das comemorações e os relatórios de atividades".
Na comemoração da revolução deste ano, foi anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ele próprio tinham acertado que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril começam em 24 de março de 2022, quando a democracia ultrapassa em um dia a duração da ditadura.
De acordo com o executivo, a estrutura de missão será composta por um Conselho Geral, nomeado pelo primeiro-ministro, e que contará "com a presença de individualidades de reconhecido mérito e ativismo em dimensões fulcrais na construção da democracia, para além de uma Comissão Executiva que "é responsável pela elaboração do programa oficial das comemorações, bem como pela sua concretização".
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