Adão e Silva? "Governo insiste em ajudar os amigos a viverem 'à ricos'"

O líder do CDS exige que o primeiro-ministro faça uma nova nomeação para o cargo de comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

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Mafalda Tello Silva
08/06/2021 16:22 ‧ 08/06/2021 por Mafalda Tello Silva

Política

CDS

O presidente do CDS Francisco Rodrigues dos Santos considerou, esta terça-feira, que a escolha do socialista Pedro Adão e Silva para comissário das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril "insulta os portugueses".

"Portugal não é um país rico para ajudar os portugueses, mas o Governo insiste em ajudar os amigos a viverem 'à ricos', e quem paga somos todos nós", defendeu o dirigente partidário numa nota enviada esta tarde aos jornalistas e partilhada nas redes sociais. 

Assim, Francisco Rodrigues dos Santos exigiu que António Costa aponte outro nome para o cargo, "de preferência com indiscutível currículo para a função", e que "reduza drasticamente os custos e a duração desta comissão" por respeito aos portugueses. 

"Num momento em que o país se vê a braços com uma grave crise económica, que coloca em causa famílias e setores económicos essenciais para a sobrevivência do país, o Governo não olha a meios para promover um dos protegidos do 'socialistão', amplamente conhecido enquanto porta-voz da propaganda socialista e comentador da bola, e oferece-lhe um cargo durante seis anos pago a peso de ouro e recheado de mordomias", atirou ainda o presidente centrista. 

Já esta manhã, à direita do PS, o líder do PSD Rui Rio criticou indiretamente a escolha de Adão e Silva para comissário executivo, dizendo tratar-se de uma "compensação" pelos comentários feitos nos media.

"O PS tem os seus 'comentadores independentes' espalhados pelos diversos canais para vender a propaganda socialista e tentar destruir os adversários... mas esse trabalhinho tem um preço. Chegou a vez de Pedro Adão e Silva receber a compensação. Pagamos nós; com os nossos impostos", atirou Rui Rio, numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter.

Em 27 de maio, o Conselho de Ministros aprovou a criação de uma estrutura de missão para organizar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinala em 2024, nomeando Pedro Adão e Silva como comissário executivo.

Pedro Adão Silva é professor auxiliar do departamento de ciência política e políticas públicas no ISCTE, diretor do Doutoramento em Políticas Públicas da mesma instituição e comentador em vários órgãos de comunicação social, como a TSF ou o Expresso.

A par da estrutura de missão vai funcionar, junto da Presidência da República, uma Comissão Nacional, presidida pelo antigo Presidente da República Ramalho Eanes, que terá a responsabilidade de "aprovar o programa oficial das comemorações e os relatórios de atividades".

Na comemoração da revolução deste ano, foi anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ele próprio tinham acertado que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril começam em 24 de março de 2022, quando a democracia ultrapassa em um dia a duração da ditadura.

De acordo com o executivo, a estrutura de missão será composta por um Conselho Geral, nomeado pelo primeiro-ministro, e que contará "com a presença de individualidades de reconhecido mérito e ativismo em dimensões fulcrais na construção da democracia, para além de uma Comissão Executiva que "é responsável pela elaboração do programa oficial das comemorações, bem como pela sua concretização".

Leia Também: Escolha de Adão e Silva foi "compensação" por comentários a favor do PS

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