O Presidente da República reagiu, esta terça-feira à escolha do socialista Pedro Adão e Silva para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que foi esta terça-feira duramente criticada pelos presidentes do PSD e do CDS.
"Não vejo qual seja a razão em termos de competência ou qualificação para ser questionado (...) ou para não exercer essa função. Tem as qualidades que são necessárias ", afirmou, esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, durante uma visita a Câmara de Lobos, na Madeira.
Recordando que a nomeação para este cargo é do Governo, mas que conta com o aval do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que Adão e Silva é "um politólogo, atento à realidade contemporânea do país", para além de ser um nome "muito consensual".
Ainda assim, admitindo que a nomeação seja mais consensual no centro-esquerda do que à direita, o Presidente da República desvalorizou a polémica e lembrou que as divergências de opinião fazem parte da vida democrática. "Democracia significa que não há duas opiniões iguais sobre ninguém. Faz parte da lógica da democrática", sublinhou.
Ainda sobre o tema, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, apesar de Adão e Silva ser "relativamente jovem em relação ao período do 25 de Abril", essa questão geracional é compensada "pelo facto de haver figuras mais velhas" presentes na organização que viveram a Revolução dos Cravos.
PSD quer explicações, CDS faz exigências e Costa ignora
Após ter deixado uma crítica no Twitter, o presidente do PSD pediu esta terça-feira explicações ao primeiro-ministro sobre as escolhas de Pedro Adão e Silva. Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Rui Rio criticou a nomeação do socialista, salientando que "é uma pessoa marcadamente do PS, que aparece nas televisões há muitos anos sempre a defender as posições do Governo e do PS e a atacar permanentemente as oposições".
"Considero isto absolutamente escandaloso e considero mesmo que se pode ler que é um pagamento pelos serviços prestados ao Partido Socialista com os impostos dos portugueses", acusou.
Durante a tarde desta terça-feira, o presidente do CDS, com um argumento semelhante, também deixou uma exigência a António Costa sobre Adão e Silva: que nomeie outra pessoa para a função.
Numa nota enviada aos jornalistas e divulgada nas redes sociais, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que a escolha do socialista "insulta os portugueses" e que o "Governo insiste em ajudar os amigos a viverem 'à ricos'".
Entretanto, o primeiro-ministro já reagiu às críticas do PSD, afirmando que a acusação é "tão insultuosa" que, "por uma questão de respeito com o líder da oposição", prefere ignorar o comentário.
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