Daniel Adrião surpreso com eventual adiamento do Congresso do PS

O dirigente socialista Daniel Adrião manifestou-se hoje surpreso quanto a um eventual adiamento do Congresso do PS, alertando que só a Comissão Nacional do partido tem competência estatutária para tomar esse tipo de decisões.

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Lusa
27/06/2021 13:42 ‧ 27/06/2021 por Lusa

Política

Comissão Nacional do PS

 

"A direção do partido não tem competências estatutárias para o adiamento do Congresso. Só quem pode decidir sobre essa matéria, depois de uma decisão da Comissão Organizadora do Congresso -- que tem competência de natureza operacional para organização do congresso -, é a Comissão Nacional, a decisão política relativa a um adiamento tem de ser tomada pela Comissão Nacional do PS, e não pela Comissão Permanente ou pelo Secretariado Nacional", afirmou Daniel Adrião à Lusa.

Daniel Adrião, que obteve 6% dos votos nas diretas para secretário-geral contra António Costa, referia-se à notícia avançada no domingo pelo jornal 'online' Observador de que a direção do PS vai avaliar nos primeiros dias de julho se vai manter o congresso do partido que está marcado para 10 e 11 desse mês.

"O Secretariado Nacional não tem competências para decidir sobre congressos, nenhumas. A COC foi eleita em Comissão Nacional, tem um mandato para organizar o Congresso, e, por outro lado, a Comissão Nacional é o órgão que delibera a realização de congressos", sublinhou.

O dirigente socialista diz-se "completamente apanhado de surpresa por estas notícias", que o "preocupam bastante", e vai formalmente questionar a COC sobre o assunto.

"Não fui informado de nada enquanto candidato e primeiro subscritor de uma moção de estratégia política ao Congresso, devia ser previamente informado de eventuais diligências que estivessem a decorrer para o eventual adiamento do Congresso. Também estranho esta questão ser colocada a 15 dias da realização do Congresso", afirmou.

Daniel Adrião reiterou as suas críticas ao modelo de Congresso decidido, já "altamente condicionado pelas circunstâncias", com divisão por 13 locais e a diminuição do número de delegados, o que prejudica as minorias, como a representada pela sua moção, assinalou.

"Quando foi decidida a remarcação do Congresso para esta data, a liderança do partido sabia perfeitamente os riscos que corria ao marcar o congresso para um momento em que não se sabia exatamente qual seria a situação", sustentou, defendendo que a reunião magna socialista devia realizar-se num "momento em que a situação pandémica estivesse inteiramente resolvida".

Com o Congresso que se realiza nos dias 10 e 11 de junho dividido por 13 salas, em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso, os membros dos órgãos de direção (Secretariado Nacional e Comissão Política) e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e Oeste.

Leia Também: Líder do CDS-PP quer mostrar "cartão vermelho" ao Governo nas eleições

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