"Nós temos de perceber exatamente as regras, porque senão isto fica uma baralhação que ninguém se entende", defendeu Rui Rio que falava, no Porto, à margem de um ciclo de conferências promovido pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).
Considerando que cabe à Direção-geral da Saúde (DGS) ou ao Ministério da Saúde clarificar as regras de combate à pandemia de covid-19, o social-democrata sublinhou que é preciso que estas fiquem claras.
"Eu acho que ninguém entendeu como é que alguém, ainda por cima com a visibilidade de quem é primeiro-ministro, teve de ficar em casa [porque teve contacto com alguém que testou positivo à Covid-19]. (...) Primeiro eram 14 dias, agora é menos. (...) Não se consegue compreende se tem a vacina porque é que tem de ficar", questionou.
E acrescentou: "Qual é a diferença para os que não tem a vacina, é esta explicação que se tem de dar", rematou.
O primeiro-ministro, António Costa, retoma hoje a atividade presencial e a agenda pública após ter realizado um novo teste PCR determinado pelas autoridades de saúde, com resultado negativo, anunciou o seu gabinete.
"Após a realização de novo teste PCR determinado pelas autoridades de saúde e tendo o resultado do mesmo sido, novamente, negativo, as autoridades de saúde autorizaram o retomar da atividade presencial do primeiro-ministro e, como tal, da sua agenda pública", refere uma nota do gabinete de António Costa.
O primeiro-ministro esteve desde quarta-feira passada a cumprir um período de confinamento profilático determinado pelas autoridades de saúde após ter estado em contacto com um membro do gabinete que testou positivo à covid-19.
António Costa não teve sintomas e manteve a atividade à distância.
Na altura, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, questionou o isolamento profilático que o primeiro-ministro tem de cumprir, dado que António Costa já recebeu a vacina contra a covid-19.
O chefe de Estado considerou que as autoridades de saúde deveriam esclarecer a situação aos portugueses.
Ao jornal Expresso, a DGS disse trata-se do "princípio da precaução em Saúde Pública".
"No atual momento epidemiológico, de acordo com a Norma 015/2020 e 019/2020 da Direção-Geral da Saúde, as pessoas vacinadas são abordadas, no que diz respeito ao isolamento e testagem, respetivamente, da mesma forma que as pessoas não vacinadas", indicou a direção-geral em resposta àquele semanário.
A autoridade de saúde nacional admite, no entanto, alterar a norma e pondera até fazê-lo: "Esta matéria encontra-se presentemente em discussão e poderá ser atualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar".
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.117 pessoas e foram registados 890.571 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.
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