Ministra reitera que fim do uso obrigatório de máscara cabe à Assembleia

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, reiterou hoje que o fim do uso obrigatório de máscara nos espaços públicos será decidido na Assembleia da República, face à lei em vigor até 12 de setembro.

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Lusa
20/08/2021 16:45 ‧ 20/08/2021 por Lusa

Política

Covid-19

Em declarações prestadas na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros extraordinário de hoje - realizado por via eletrónica para antecipação das medidas previstas na segunda fase do plano de desconfinamento, na sequência do cumprimento da meta de 70% da população vacinada contra a covid-19 -, a governante lembrou que o fim da obrigatoriedade associado a esta nova fase não depende dos técnicos.

"Essa é uma decisão que foi tomada na Assembleia da República e que deve ser tomada na Assembleia da República, é esse o espaço em que se deve decidir sobre uma medida com tão forte impacto nos direitos, liberdades e garantias. Por isso, sendo uma medida que foi apresentada pelos peritos na última reunião do Infarmed, a expectativa é que a Assembleia possa tomar a decisão no momento em que considere adequado", afirmou.

Segundo Mariana Vieira da Silva, que lidera o executivo face às férias do primeiro-ministro e dos outros ministros de Estado, "é no diálogo entre os partidos que esta reflexão deve ser feita", sublinhando que a proposta resultou do "trabalho técnico que tem sido feito no âmbito das reuniões do Infarmed". Porém, a ministra fez questão de deixar um alerta para a importância do equipamento de proteção individual mesmo sem a eventual força de lei.

"Não é por eventualmente termos condições para deixar de ter a máscara obrigatória que não continuarão a existir situações, mesmo ao ar livre, onde a máscara deve ser utilizada para nossa proteção e para proteção dos outros. Isto não significa que a lei tenha ainda de estar em vigor, era uma recomendação que, aliás, já existia antes de a lei ser aprovada", observou.

Questionada sobre a possibilidade de convocar uma nova reunião do Infarmed, como foi hoje equacionado pelo PSD, a ministra da Presidência descartou esse cenário.

"No entender do governo, as reuniões do Infarmed existem para desenhar as mudanças significativas de cada momento e, por isso, sendo esta uma responsabilidade da Assembleia (da República), é à Assembleia que cabe ouvir quem entender ouvir. Agora, a reunião do Infarmed em que se tratou da questão das máscaras já existiu", finalizou.

Sobre as eleições autárquicas que se realizam em 26 de setembro, a ministra de Estado e da Presidência notou que a campanha e as eleições "nem em estado de emergência podem ser limitadas" mas alertou que "as organizações devem respeitar as regras que estão definidas, existem múltiplas orientações do Ministério da Saúde".

"E tal como aconteceu nas campanhas eleitorais que já ocorreram em pandemia, nomeadamente nas eleições presidenciais, estou certa que todas essas regras e orientações serão respeitadas", acrescentou.

Questionada se o acelerar da vacinação pode ter uma leitura política, a ministra defendeu que o Governo "já de há muitos meses para cá" tem "sempre definido o propósito de vacinação como vacinando o mais rapidamente possível as pessoas".

Reiterando a ideia de que esta é "uma corrida contra o tempo", Mariana Vieira da Silva destacou que "qualquer dia ganho de população vacinada é um dia ganho para todo o país no combate à pandemia".

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.622 pessoas e foram registados 1.014.632 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Leia Também: Portugal em contingência. Nova fase de desconfinamento arranca 2.ª feira

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