Falando na apresentação pública da comissão de honra da coligação Mais Lisboa, encabeçada por si, Fernando Medina salientou que a habitação a preços acessíveis é "a grande prioridade no próximo mandato autárquico".
No Pátio da Galé, perante algumas centenas de apoiantes, o atual presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à liderança do município aproveitou para criticar os adversários que acham que "quem tem dinheiro compra mais caro, quem não tem dinheiro compra mais barato" ou até mesmo que "vá morar para outro sítio que não Lisboa".
"A nossa visão é perfeitamente oposta a esta. A habitação digna é um direito de cidadania. A habitação digna é um direito de todos. É uma conquista do 25 de Abril", afirmou, acrescentando que o agradecimento aos profissionais que fazem parte da classe média "não fica completo" se não for assegurada "habitação digna".
Relativamente à promessa falhada de atribuir, no atual mandato, 6.000 casas de renda acessível, Fernando Medina reconheceu-a, mas atirou aos críticos: "Se fossem eles a fazer, nunca teriam imaginado [o programa de renda acessível]".
"É verdade, gostaria sempre de ir mais rápido, de ir mais depressa, mas a qualidade fundamental de um político é a resiliência. E nós vamos conseguir porque temos essa determinação", sublinhou.
Em segundo lugar, referiu, é necessário enfrentar o desafio das alterações climáticas que são, "como muitos têm sublinhado, um teste para os seres humanos" e vão provocar "impactos profundíssimos" nos próximos anos.
A construção de silos automóveis à entrada de Lisboa, como alguns dos adversários têm defendido, "é um pouco incapaz de resolver o problema", considerou.
"A solução é construir um sistema integrado de mobilidade pesada", defendeu.
O candidato do PS/Livre terminou o discurso com o desafio da inclusão, enfatizando a situação das pessoas idosas.
Para Fernando Medina, a resposta necessária para quem atinge a idade da reforma é "assegurar as condições de continuarem a contribuir para a sociedade, querendo", de continuarem nas suas casas, querendo, "em autonomia e em segurança".
"Nós temos que virar a página de que as respostas aos mais velhos é a institucionalização precoce num lar ou em qualquer outro sítio", disse.
Referindo-se a discursos xenófobos, Fernando Medina notou ainda: "Lisboa é uma cidade aberta, é uma cidade tolerante, é uma cidade onde todos, independentemente da sua origem, [...] têm direito a construir aqui o seu futuro".
O candidato reconheceu também que a prosperidade económica que o país vivia antes da pandemia de covid-19 deu origem a "novas desigualdades", nomeadamente em termos de igualdade e coesão.
A cerimónia contou com os discursos de apoio da arquiteta Inês Lobo, da presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, do reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, do músico Dino D'Santiago, da empreendedora Mariana Duarte Silva, do antigo presidente da República Ramalho Eanes e do secretário-geral do PS, António Costa.
Estiveram também presentes ministros socialistas, vereadores da Câmara de Lisboa, deputados municipais e presidentes de junta de freguesia.
Além de Fernando Medina, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.
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