O levantamento de (algumas) medidas no âmbito da Covid-19 - ontem anunciado por António Costa no final do Conselho de Ministros - foi um dos temas em destaque no comentário semanal de Francisco Louçã, na SIC Notícias. O fundador do Bloco de Esquerda começou por considerar que a polémica que envolve a semana 'escolhida' para o anúncio é "um pouco exagerada", uma vez que esta fase do desconfinamento "já era conhecida".
"Chamar a isto libertação total é uma fantasia. Haverá, evidentemente, muito mais à vontade para irmos ao restaurante, ao cinema, para andarmos na rua... daqui a algum tempo - mas ainda não já - para os transportes públicos ou até para as aulas", apontou, vincando ainda que o Governo tomou "medidas razoáveis".
Na opinião do comentador, a opção tomada acerca do uso das máscaras nas escolas (também) foi a correta: "Acho uma estupidez dizer às crianças que vão sem máscara para a escola e, no recreio, têm de colocar máscara. Isso foi abandonado", recordou.
Segundo Louçã, o Executivo "poderia ter outra pessoa que não o primeiro-ministro" para fazer o anúncio aos portugueses, uma vez que "dá um enfoque muito grande", tendo em conta o "frenesim em que ele tem estado na campanha eleitoral". Questionado sobre se deveria ter sido Mariana Vieira da Silva a fazer a declaração, o economista foi taxativo: "Sim, era o que eu estava à espera."
"Em todo o caso", indicou, "acho que não é isso que determina as eleições". "Seria considerar as pessoas muito inferiores e isso não tem nenhum sentido".
De recordar que, a partir de 1 de outubro, Portugal passa a estar em situação de Alerta e "poderemos começar a permitir a reabertura de bares e discotecas com a exigência de Certificado Digital" para o acesso, decidiu o Governo em Conselho de Ministros. Terminam ainda os limites de horários.
Já os restaurantes passam a não ter limite máximo de pessoas por grupo. É também posto fim à exigência de Certificado Digital em restaurantes e estabelecimentos turísticos e de Alojamento Local. A partir da próxima sexta-feira chegam ao fim os limites de lotação para o comércio, casamentos e batizados e espetáculos culturais.
No que às máscaras diz respeito, António Costa afirmou que "não havendo nada a alterar sobre o que já foi decidido sobre a máscara no espaço público", este equipamento de proteção individual vai manter-se obrigatório nos transportes públicos, nos lares e nas visitas a lares, nos hospitais e nas visitas a hospitais, nas salas de espetáculos e nos eventos e nas grandes superfícies.
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