"Nós tivemos hoje nota de que os dados da abstenção são piores do que há quatro anos atrás, o que é evidentemente de lamentar", afirmou a porta-voz do partido, Cecília Anacoreta Correia.
Para o CDS-PP, "infelizmente isto confirma aquilo que os estudos demonstram, é que há um enorme divórcio entre a sociedade portuguesa e a política".
A dirigente centrista comentou, numa curta declaração aos jornalistas, as projeções das televisões sobre a abstenção, cerca de meia hora depois de terem sido divulgadas.
"Os dados da abstenção levam-nos a lançar hoje aqui de novo um apelo para que as pessoas que se revêm nos valores do CDS se envolvam e contribuam neste caminho porque os partidos e o CDS têm de saber representar melhor aquilo que são as reais preocupações das pessoas e sobretudo dos nossos eleitores", afirmou também.
A porta-voz do CDS-PP indicou também que o partido "tem feito um enorme esforço de renovação", com o objetivo de "o aproximar das pessoas e para representar fielmente aquilo que é a sua base eleitoral".
"Apostámos em novos protagonistas, temos um presidente jovem em funções e apresentámos nestas autárquicas cerca de 20 mil candidatos em todo o país, contando com muitos candidatos que pela primeira vez se envolviam em atividades políticas e também contámos com muitos independentes", continuou.
Cecília Anacoreta Correia salientou também que o CDS confia "neste caminho de renovação" e tem "as portas abertas à sociedade civil precisamente para combater este flagelo da abstenção".
No salão principal da sede do CDS-PP, em Lisboa, estão os jornalistas, distribuídos por mesas colocadas para o efeito. Em frente ao púlpito, que tem a inscrição CDS - Partido Popular, estão uma dezena de cadeiras e uma televisão.
O presidente do partido está a acompanhar a noite eleitoral no piso de cima com os vice-presidentes Francisco Laplaine Guimarães e António Carlos Monteiro, o presidente do congresso Martim Borges de Freitas, o secretário-geral, Francisco Tavares, o secretário-geral adjunto João Pinto Campelos, o coordenador do gabinete de estudos, António Galvão Lucas, o coordenador autárquico, Fernando Barbosa e o presidente da Juventude Popular, Francisco Camacho, além de Cecília Anacoreta Correia.
Na altura da reação da porta-voz, algumas pessoas desceram e acompanharam a sua intervenção.
Pelas 21:00, quando foram relevadas as projeções dos resultados eleitorais, ouviram-se festejos na sede do CDS.
A abstenção nas eleições autárquicas de hoje situou-se entre 45% e 50%, de acordo com projeções divulgadas pela RTP e pela SIC.
Segundo a sondagem divulgada pela RTP às 20:00 horas de Lisboa (19:00 nos Açores), desenvolvida pela Universidade Católica, a taxa de abstenção ficará entre os 45% e os 50% -- um dos valores mais altos de sempre, podendo superar o máximo atingido há oito anos.
A projeção divulgada pela TVI aponta para o mesmo intervalo de valores, assim como a sondagem feita pela Metris GfK, pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS) e pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) para a SIC e o Expresso.
Nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 01 de outubro de 2017, a abstenção foi de 45,03% -- a segunda percentagem mais alta em eleições locais.
O recorde foi atingido nas autárquicas de 2013, nas quais se registou uma abstenção de 47,40%.
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