"Eu começo por felicitar publicamente o engenheiro Carlos moedas e a coligação 'Novos Tempos' pela vitória que tiveram para a Câmara Municipal de Lisboa. É uma indiscutível vitória pessoal e política do engenheiro Carlos Moedas, a quem já telefonei e expressei de forma pessoal as minhas felicitações", afirmou Fernando Medina no Pátio da Galé, onde acompanhou a noite eleitoral.
O recandidato à autarquia lisboeta, a que preside desde 2015, sublinhou que "Carlos Moedas ganhou e merece as felicitações".
Perante uma plateia composta por centenas de apoiantes, incluindo o secretário-geral do PS, António Costa, Fernando Medina salientou que "a democracia se expressa pelo voto" e "por um voto se ganha, por um voto se perde".
O cabeça de lista da coligação "Mais Lisboa" às autárquicas de domingo quis, em segundo lugar, garantir que se empenhará "pessoalmente na transição de todos os dossiers" de forma a assegurar que "as mais exigente funções de presidente da Câmara de Lisboa possam ser executadas por ele [Carlos Moedas] e pela nova equipa que assumirá funções".
"Faço este momento de despedida com a consciência tranquila de quem deu o seu melhor, de tudo aquilo que tenho e que sei para servir esta cidade e para servir o seu povo", assinalou, seguindo-se um forte aplauso da plateia, que não escondia a desilusão no rosto.
Questionado pelos jornalistas sobre o seu futuro político, Fernando Medina disse que ainda não sabe, notando que "até há poucas horas era ser presidente da Câmara de Lisboa".
O candidato fez um conjunto de agradecimentos e realçou que a derrota eleitoral foi exclusivamente da sua responsabilidade, lamentando o facto de não ter conseguido merecer de novo a confiança dos lisboetas.
"A derrota de hoje é pessoal e intransmissível. O Partido Socialista fez tudo em todos os momentos para que nós pudéssemos ter os recursos, os meios para podermos fazer diferente", apontou.
Fernando Medina referiu que "ao que tudo indica" foram eleitos sete vereadores da coligação PS/Livre, sete vereadores da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, encabeçada por Carlos Moedas, dois vereadores da CDU e um vereador do BE.
Apesar de haver "maioria à esquerda no futuro executivo", a "lei eleitoral é clara" e ganhou o Carlos Moedas ao obter mais votos, destacou.
O candidato considerou ainda que não teve capacidade de demonstrar aos lisboetas que era merecedor da sua confiança, acrescentando que também fez questão de alertar várias vezes durante a campanha que "sondagens não ganham eleições".
Rejeitou, igualmente, ter subestimado qualquer adversário, ressalvando, porém, que nenhuma sondagem apontava para o resultado registado esta noite.
No fim do discurso, distribuiu alguns abraços visivelmente emocionado.
Fernando Medina é presidente da Câmara de Lisboa desde 2015, ano em que substituiu o atual primeiro-ministro, António Costa, no executivo municipal.
Há quatro anos, o Partido Socialista obteve 42% dos votos (106.037), elegendo oito vereadores, e perdeu a maioria absoluta que detinha.
O executivo do mandato 2017-2021 é composto por oito eleitos do PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE, quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
Concorreram à presidência da Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
[Notícia atualizada às 03h37]
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