À saída da Conferência 'Dia Mundial do Turismo - Retomar o Crescimento', em Coimbra, o presidente Marcelo recusou comentar resultados das eleições Autárquicas deste domingo, lamentando porém que o seu apelo não tenha surtido efeito e que a abstenção tenha sido "linha com anterior".
"Eu esperava mais [participação dos portugueses]", admitiu, salientando que "o voto é uma arma do povo, é um instrumento da democracia".
Sem tecer qualquer comentário sobre resultados, Marcelo elogiou a forma como o ato eleitoral correu - "de forma muito normal" -, e agradeceu "aos que trabalharam", nomeadamente nas mesas de voto, mas também aos que concorreram "porque é obra fazer uma campanha tão longa e ainda em pandemia, em condições difíceis".
Questionado pelos jornalistas sobre se os resultados das Autárquicas podem condicionar as negociações para o Orçamento do Estado, o chefe de Estado 'passou a bola' para "os parlamentares", mas salientou que "os próximos anos são fundamentais".
"Estamos numa legislatura que termina em 2023, e estamos a começar aplicar os fundos europeus", pelo que, insistiu, "crises políticas nos próximos anos não fazem sentido e naquilo que depender do Presidente da República o que importa é que haja orçamento para o próximo ano e para 2023".
Já quanto a uma discussão sobre a reforma do Estado, e salientando que "não vale a pena escamotear" o debate, o presidente considera ser difícil deixar de se fazer uma discussão até 2023, salientando que "há temas que não podem deixar de ser discutidos", tais como "o papel a dimensão do Estado, os vários níveis de Estado e o destino da descentralização".
"Não vale a pena escamotear esse debate, qualquer que seja a conclusão", asseverou, destacando ainda a necessidade de também se refletir sobre o relacionamento do Estado com a sociedade civil, por ser por aí "que passa a reforma do Estado".
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