Francisco Louçã analisou, esta sexta-feira, no seu espaço de comentário habitual na SIC Notícias, a fuga de João Rendeiro, um dos temas que mais tinta fez correr esta semana.
Para o Conselheiro de Estado a fuga do ex-banqueiro era "totalmente previsível", não só pelas "viagens sucessivas" como também pelas "declarações que foi fazendo ao longo do tempo.
Apesar disso, Rendeiro serve-se, de acordo com Louçã, "de uma retórica inaceitável" ao justificar a fuga com o facto de se sentir "perseguido".
"Bom, considera-se perseguido, isso é humano, é entendível. Entender que é culpado ou inocente é lá com ele. Mas o trânsito em julgado depois de todas as possibilidades de defesa encerram esta fase deste processo e, portanto, ele condenado estava, não pode dizer que não conhecia a Justiça ou que contesta esta decisão, porque ela é definitiva", explicou o fundador do Bloco de Esquerda, considerando que, ao fugir, o antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) só reforça as convicções de que é culpado.
"A fuga mostra um gigantesco topete e, sobretudo, condenando-se mais uma vez, reforçando a convicção de que está a fugir de cumprir a sua responsabilidade. Mostra uma indiferença pelo país no qual foi singrando sempre na fronteira destas responsabilidades", defendeu Francisco Louçã.
Antes de terminar o comentário ao tema, o bloquista disse ainda que este caso é o reflexo da "história de uma parte desta elite, de uma parte deste carreirismo bancário que foi feito à custa de tanta gente".
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