Na intervenção de fundo da bancada do PSD no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, Afonso Oliveira acusou António Costa de ter criado uma geringonça "com o único objetivo desfazer aquilo que o Partido Socialista tinha trazido com o memorando da troika".
"Criou um modelo de governação em que os Orçamentos são negociados à linha e subordinados às exigências dos parceiros da extrema-esquerda. Com a crise económica provocada pela pandemia e quando já era necessário fazer e não destruir o que estava feito, os protagonistas estão a fazer tudo para sair de cena", criticou.
Para o vice da bancada do PSD, neste Orçamento, "a única prioridade de cada um dos partidos da geringonça é ver como é que saem de um filme (ou de um pesadelo) que ajudaram a produzir e a realizar".
"O momento que vivemos tem um nome: irresponsabilidade", acusou, defendendo que a atual proposta de Orçamento "é irmã de mais seis orçamentos aprovados pelo PS com o apoio mais ou menos entusiástico dos parceiros da extrema-esquerda parlamentar".
Afonso Oliveira criticou a continuidade das opções do documento, considerando que "esquece totalmente a necessidade de recuperar o país e promover o crescimento", e em que faltam políticas para a produtividade e competitividade.
"O exemplo talvez mais escandaloso do crescimento da carga fiscal, é vermos que a receita fiscal do Imposto sobre Produtos Petrolíferos prevista para 2022, é de mais 1.265 milhões de euros face a 2015", afirmou, acusando o Governo de "andar a assobiar para o lado" perante a crise energética.
Outro exemplo, apontou, é "a opção do Governo de injetar na TAP mais 990 milhões de euros em 2022, depois de já ter injetado 998 milhões este ano e 1.2 mil milhões no ano passado".
"Dinheiro dos contribuintes que ninguém sabe se não vai ficar literalmente 'a voar, caso a companhia não consiga sobreviver", alertou.
Afonso Oliveira reiterou que este "é um orçamento que obviamente conta com o voto contra do PSD".
"São demasiados os sinais de que o Orçamento de Estado para 2022 vai no sentido errado e numa trajetória que transforma o objetivo da convergência europeia num lugar cada vez mais inalcançável", afirmou.
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