Reagindo nos Passos Perdidos, na Assembleia da República, à mensagem do Presidente da República -- que hoje anunciou a dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições para 30 de janeiro -- Inês de Sousa Real afirmou que a data "acautela" que a "campanha eleitoral não colide com o Natal nem com o Ano Novo".
"As pessoas precisam de ter alguma normalidade dentro daquele que foi o contexto sanitário que o país viveu, e ainda vive", afirmou.
A dirigente do PAN salientou ainda que a marcação de eleições para dia 30 de janeiro permite também "que todos os partidos possam participar de forma democrática no ato eleitoral, seja através daquela que é a sua campanha nas ruas, seja dando a conhecer às pessoas os seus programas e também envolvendo a participação dos cidadãos".
Inês de Sousa Real afirmou que, desde o primeiro momento, o PAN defendeu que a "convocação de eleições e a eventual dissolução" do parlamento "deveriam acautelar dois aspetos essenciais": "por um lado, que os portugueses possam a vir a ter um Orçamento do Estado o quanto antes", por existir "uma crise socioeconómica que não pode esperar por respostas".
"Por outro lado, que teria que ser dado tempo à Assembleia da República para concluir processos legislativos que estavam em curso e são da maior importância, para concluir também aquela que era necessariamente uma função fiscalizadora e deliberativa deste órgão de soberania", frisou.
Antevendo a campanha eleitoral, Sousa Real disse que "o PAN não deixará de dizer presente" e defendeu que o partido "tem marcado a diferença no combate às alterações climáticas" e na "proteção ambiental".
"E é fundamental garantir que continuamos a ter uma rota não só de respostas àquela que é a crise socioeconómica e de garantir o combate à pobreza, (...) mas também em matéria ambiental e em matéria de proteção animal onde o PAN tantas vezes vota sozinho e isoladamente", referiu.
A porta-voz do PAN apelou ainda a que pessoas correspondam à convocação das eleições com "uma forte participação nas urnas".
"O que temos a certeza absoluta é que esta crise orçamental e política era algo que os portugueses não desejavam, mas não deixaremos evidentemente de contribuir para que as respostas e as soluções cheguem o mais breve possível", indicou.
O Presidente da República anunciou hoje ao país que vai dissolver o parlamento, decisão que propôs na quarta-feira ao Conselho de Estado e que obteve parecer favorável.
"Uma semana e um dia depois da rejeição do Orçamento para 2022 encontro-me em condições de vos comunicar que decidi dissolver a Assembleia da República", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, acrescentando que marcou as eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.
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