"Ajuste de contas" que Chicão está a fazer não deu margem a Cecília
Deputada centrista diz que Francisco Rodrigues dos Santos está focado num “ajuste de contas com o passado" e que o partido, tal como o conhecia, está a desaparecer. Para Cecília Meireles, o partido tem vindo a mudar e “não está cumprir o papel que sempre teve na vida do país".
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Política CDS
Após o anúncio de que vai abandonar o Parlamento quando terminar o atual mandato, Cecília Meireles explicou, numa entrevista ao programa 'Polígrafo', na SIC, os motivos da sua decisão, revelando já não se identificar com o atual estado do CDS.
“O dia de pôr um ponto final no Parlamento chegou. Chegou por muitos motivos, gostava de dizer que isto não foi uma decisão que teve uma gota de água, um ponto limite, mas foi uma decisão que foi pensada com a serenidade possível”, começou esclarecer, justificando que a sua saída tem ver com “o papel que o CDS não tem desempenhado nos últimos dois anos”. Cecília Meireles apontou ainda “a absoluta degradação da discussão interna”.
“Sempre disse que os mandatos são para cumprir e tentei sempre honrar esse compromisso, mas acho que chegou a altura de pôr um ponto final”, afirmou.
Para a deputada, o partido tem vindo a mudar e “não está cumprir o papel que sempre teve na vida do país". “O CDS fez a diferença, sempre teve um papel na vida portuguesa”, sublinhou, fazendo referência ao facto de o partido ter trazido à tona temas pouco falados como a agricultura ou as PME’s .
Sobre o atual líder Francisco Rodrigues dos Santos, a centrista acusou-o de estar a fazer "um ajuste de contas com o passado" e, também por isso, admite não acreditar que seria colocada nas listas, apesar da garantia dada por 'Chicão': "Tenho todas as razões para não acreditar nessas palavras", disse.
A centrista afirmou não querer “acabar esta fase da vida com ressentimentos e coisas mal resolvidas”, reiterando estar a viver um “virar a página”. “Saio feliz com aquilo que tive oportunidade de fazer, em cada momento fiz o meu melhor”, vincou, garantindo, no entanto, que preferia ter tido um “fim mais pacífico”.
Sobre não se desfiliar do partido, Cecília explicou que o faz por manter a esperança de se voltar a rever no partido, uma vez que não se identifica com mais nenhum: "A minha casa foi sempre o CDS", sublinhou.
A terminar a entrevista, a deputada disse acreditar que os centristas de renome que bateram com a porta prefeririam ter ficado no CDS, e considerou que a crise que se vive no CDS não é ideológica, mas sim de "credibilidade".
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