Adalberto Campos Fernandes. "Afinal, para que servem os novos partidos?"

Ex-ministro da Saúde considera que "o que temos visto no Parlamento nacional e, agora, no Parlamento regional é uma irresponsável pulsão para a instabilidade, numa busca incontrolável para o 'quanto pior melhor'".

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Notícias ao Minuto
19/11/2021 11:42 ‧ 19/11/2021 por Notícias ao Minuto

Política

Adalberto Campos Fernandes

"Afinal, para que servem os novos partidos? Qual o contributo dos pequenos partidos para a qualidade da Democracia? Em que medida a diversidade democrática condiciona positivamente o exercício político dos partidos tradicionais?" Estas foram as questões lançadas por Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, na manhã desta sexta-feira, através do Facebook. 

"Infelizmente", considera o especialista, "as respostas a estas perguntas trazem-nos uma frustrante desilusão". E "são múltiplos os exemplos", aponta. 

"Desde o funcionamento interno, até à rápida adoção das 'velhas práticas' imputadas como defeitos aos 'velhos partidos'", Adalberto Campos Fernandes dá (também) o exemplo dos Açores para explicar o seu ponto de vista: "O que temos visto no Parlamento nacional e, agora, no Parlamento regional é uma irresponsável pulsão para a instabilidade, numa busca incontrolável para o 'quanto pior melhor'. Uma desmesurada ânsia de poder que não tem em conta a proporção da respetiva representatividade nem o equilíbrio do jogo democrático."

E deixa um 'recado' para "todos aqueles que se preocupam com o risco das maiorias absolutas": "Fica a evidência presente das consequências da governação do Estado estar dependente de lideranças imaturas, precipitadas e irresponsáveis".  "Já para não falar da contradição recorrente nestes 'novos' partidos entre o que defendem e [o que] proclamam. Nalguns casos levando mesmo essa contradição até ao mais alto nível das respetivas lideranças", frisa ainda. 

"Uma coisa é certa, também na política, a mentira tem a perna curta e não resiste ao efeito do tempo", termina. 

Recorde-se que o presidente do Governo açoriano alertou, esta quinta-feira, que "as questões dos Açores resolvem-se nos Açores", assegurando que fez tudo para "garantir a estabilidade política", incluindo falar com o deputado regional do Chega para construir "um denominador comum".

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo - que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta. A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal.

Leia Também: "Chegar aos objetivos pelos mínimos não nos fará sair da mediania"

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