PSD pede mais meios humanos para vacinação sem prejudicar outros doentes

O PSD pediu hoje que se coloquem "todos os meios necessários" ao serviço da vacinação, que já provou que "salva vidas", mas criando equipas próprias para não prejudicar os doentes não-covid.

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Lusa
19/11/2021 18:25 ‧ 19/11/2021 por Lusa

Política

Pandemia

 

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião de avaliação sobre a situação da pandemia em Portugal, que junta especialistas e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa, o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite salientou que "a vacinação funciona, salva vidas e evita casos graves de covid-19".

"O maior sinal de preocupação que sai da reunião é, percebendo que a vacinação nos permite como país garantir que não temos de impor medidas restritivas no futuro imediato, vemos que por falta de meios para os centros de vacinação podemos não conseguir vacinar todos os que têm de estar vacinados até 19 de dezembro", afirmou o vice-presidente da bancada do PSD e médico, aludindo à intervenção na reunião do responsável pela task-force da vacinação.

Por isso, apelou, o PSD quer "que se coloquem todos os meios necessários" ao serviço da vacinação para se minimizar "ao máximo" o impacto da doença no próximo inverno.

No entanto, o deputado e médico avisou que, tão ou mais importante que a resposta à covid-19, é a resposta "aos doentes com outras doenças".

"Os centros de saúde não aguentam mais ver os seus médicos, os seus enfermeiros, os seus profissionais a serem retirados para serem colocados em centros de vacinação. A partir do momento em que assumimos que a vacinação nos próximos meses vai ter de ser uma prioridade, temos de ter equipas próprias para a vacinação e, agora no inverno, equipas próprias para tratar de doentes respiratórios sem afetar a atividade de centros de saúde", alertou.

Por outro lado, o deputado social-democrata apelou a que sejam adotadas outras medidas como "a ventilação e a medição do dióxido de carbono em espaços fechados", como salas de aulas e de espetáculos, bem como a que se discuta - o que disse não ter acontecido na reunião de hoje - o acesso aos tratamentos que começam a aparecer no mercado.

"A partir do momento em que o conhecimento e a tecnologia existem, tudo tem de ser feito para evitar que a economia volte a sofrer como sofreu ao longo destes dois anos", apelou.

Na reunião do Infarmed, o responsável pelo Núcleo de Coordenação do Plano de Vacinação, coronel Carlos Penha-Gonçalves, alertou que o alargamento da população elegível para dose de reforço contra a covid-19 vai exigir a disponibilização de mais meios no terreno.

"Desde ontem [quinta-feira], pela norma da DGS, estamos agora a considerar outros grupos populacionais e estamos a falar, basicamente, de 1,8 milhões de pessoas", começou por dizer, continuando: "Esta nova ambição com o alargamento da população-alvo indica-nos que é preciso fazer um reforço da estrutura executiva, que administra a vacina. É nesse equilíbrio de aumento da capacidade no terreno que vamos atingir os objetivos".

Portugal regista hoje 2.398 novos casos confirmados de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, com doze mortes associadas à covid-19, e um aumento de internamentos em enfermaria, segundo dados oficiais.

De acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje, estão agora internadas 523 pessoas, mais nove do que na quarta-feira, das quais 72 em unidades de cuidados intensivos, menos três do que nas últimas 24 horas.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.234 pessoas e foram contabilizados 1.104.189 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A covid-19 provocou pelo menos 5.130.627 mortes em todo o mundo, entre mais de 255,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Leia Também: AO MINUTO: 3.ª dose? "Precisos mais meios"; Casos baixam no Reino Unido

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