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Rangel: "Ao contrário de outros não concorro para vice-primeiro-ministro"

Os dois adversários lutam pela liderança do partido, que vive um período conturbado. Um destes dois nomes será eleito para candidato do PSD às próximas legislativas, mas o caminho de ambos nem sempre foi de frente a frente.

Rangel: "Ao contrário de outros não concorro para vice-primeiro-ministro"
Notícias ao Minuto

21:08 - 22/11/21 por Notícias ao Minuto

Política PSD

O atual líder do PSD Rui Rio e Paulo Rangel mediram esta segunda-feira forças num debate concretizado na estação pública RTP.

Os dois adversários lutam pela liderança do partido, que vive um período conturbado, e assinalam a principal diferença entre ambos. 

Rangel defende que "ao contrário de outros, não concorre a vice-primeiro-ministro", já Rui Rio afirma que o adversário não está preparado para o cargo atualmente desempenhado por Costa e precisaria de um curso intensivo. O atual líder social-democrata afirma que tem vindo a preparar-se para esse cargo e que Rangel não tem essa preparação. 

Rangel acusou ainda Rio de alinhar com o governo e que pretende ser a alternativa, o contrário, defende, do que o adversário tem feito. Já Rio garante que são necessárias "maiorias qualificadas" e que alinha com o Governo quando isso se justifica em nome do país descartando aceitar tudo o que vem dos socialistas.

Rangel descarta ainda coligações com o CDS e Rio afiança que para garantir um não regresso da geringonça, o eleitorado precisa de votar PSD de forma massiva, só assim se poderá garantir um novo governo governável.

Um destes dois nomes será eleito para candidato do PSD às próximas legislativas, mas o caminho de ambos nem sempre foi de frente a frente.

Os dois políticos já foram aliados, num percurso que começou no Porto, há cerca de 20 anos, quando Rio se candidata à Câmara do Porto. Na altura, Rio convidou Rangel, então professor universitário, para lhe escrever o programa eleitoral. 

As autárquicas foram o ponto de rutura entre estes dois homens que caminharam lado a lado nas últimas duas décadas.

Fique a par das principais declarações por parte dos dois candidatos:  

Paulo Rangel

O que separa Rangel de Rui Rio

"Digamos que em primeiro lugar aquilo que eu pretendo que o PSD seja é uma alternativa ambiciosa e de esperança para os portugueses. Isto é uma diferença porque Rui Rio tem tido sempre um discurso que prevê acordos possíveis com o PS. Queremos ser uma solução de futuro (...) Rui Rio é na verdade um líder do sistema, está há 40 anos no sistema político."

"Eu ao contrário de outros não estou a concorrer para ser vice-primeiro-ministro, estou a candidatar-me à liderança do PSD para ser o candidato desta alternativa forte, ambiciosa, credível para ser primeiro-ministro"

"O PS está esgotado, está exaurido". 

Sobre a reforma da justiça 

"O problema da celeridade da justiça não está no processo penal".

"A digitalização para a justiça ser mais rápida".

"É precisa a reforma da justiça". 

Salários médios próximos dos mínimos

"O que é preciso fazer é pôr a economia a crescer e isso passa pelas reformas". 

"Precisamos de adequar o mercado de trabalho à procura, temos pessoas bem formadas mas não temos o que o mercado necessita".

Coligações e PSD como alternativa

O candidato às presidenciais do partido descarta uma coligação com o CDS e defende o PSD como uma alternativa ao PS. 

"O PSD deve-se apresentar com as suas próprias cores, vamos combater a pobreza criando riqueza"

Rui Rio

O que separa Rio de Rangel

"A maior diferença entre nós os dois é a preparação para o cargo de primeiro-ministro. O doutor Paulo Rangel terá de fazer um curso intensivo, para mim é claramente essa a diferença e é isso que está em jogo". 

"Ninguém se consegue preparar nas condições em que ele está, não tem preparação de discurso e daí os ziguezagues".

"Tenho um nível de responsabilidade com o país que não inviabilize a governabilidade". 

Possível regresso da Geringonça

"O meu eleitorado tem claramente de votar no PSD, se assim é". 

"Há reformas que só podem ser feitas com maiorias qualificadas". 

"Se quero mudar o sistema eleitoral, tenho de ter maiorias qualificadas". 

Como combater a estagnação económica

"É mudar a política económica do país, tem sido através do consumo público e privado, eu tenho uma perspetiva contrária. É preciso produzir mais e melhor e não ter uma política que vai pelo consumo. Se não produzo e consumo (...) foi isso que trouxe a troika há uns anos atrás". 

"Estamos a dar cabo da classe média, e a melhorar só um bocadinho os mais pobres"

Perda de apoio dos líderes dos distritais

"Eu tenho uma visão de que o partido evoluiu, têm a sua opinião própria mas para isso é que há as diretas". 

"O que eu quero é ter o apoio dos portugueses e dos militantes", diz afirmando que não é o apoio dos líderes dos distritais o mais importante. 

"O apoio da estrutura do PSD não é decisivo".

Novas medidas relativas à pandemia

"Vamos ser recebidos pelo Governo na quarta-feira, posso dizer que se houver medidas absolutamente essenciais para a saúde pública e se em nome do país tiver de apoiar medidas do governo assim o farei". 

"Isso não quer dizer que apoiarei qualquer medida do Governo".

"Estou na vida pública para isto, pelo país".

[Notícia atualizada às 21h43]

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