"Nenhuma função me honrou tanto como ter sido parlamentar. Para quem fala de privilégios dos políticos, esse é o nosso privilégio, todos representarmos o povo português", salientou Telmo Correia, discursando a partir da tribuna.
O centrista disse que está no parlamento há quase três décadas e lembrou que a sua primeira função foi a de redator das atas das sessões plenárias na altura em que era estudante universitário, tendo desempenhado depois "quase todas as funções".
O deputado do CDS-PP destacou aqueles que presidiram ao parlamento nas várias legislaturas em que foi eleito, como Almeida Santos, Mota Amaral, Assunção Esteves e Ferro Rodrigues, e destacou Jaime Gama, de quem foi vice-presidente.
"Saio daqui com amigos em quase todas as bancadas e com consciência que aqui dentro somos todos adversário e não há inimigos", frisou o líder parlamentar.
Na hora da despedida, deixou um pedido às bancadas da esquerda: "Gostaria que me fizessem justiça e que no futuro digam de mim 'aquele não era fácil, deu-nos trabalho, foi dos complicados'".
Para o futuro, apelou aos deputados das próximas legislaturas que honrem os mandatos e "não deixem que os inimigos da democracia apouquem a função parlamentar".
Na sua intervenção, o líder do Grupo Parlamentar do CDS-PP disse não querer fazer "desta última oportunidade uma nova oportunidade para o confronto político", nem querendo também "dizer muito sobre as razões da saída".
Referindo-se ao CDS, disse que sai "com saudades do futuro" e agradeceu aos ex-líderes Paulo Portas e Assunção Cristas pela oportunidade de ter integrado as listas do partido.
E disse ainda ter tudo "muito orgulho" de ter sido deputado, despedindo-se com um "até sempre".
Por seu lado, a deputada Cecília Meireles agradeceu aos portugueses a sua eleição considerando que "não há maior honra e privilégio" e disse que tentou "nunca esquecer essa responsabilidade" e "honrar essa confiança" no trabalho que desempenhou no parlamento, pondo "sempre em primeiro lugar a defesa dessas pessoas e do interesse nacional".
"Espero ter estado à altura, dei o meu melhor, o melhor de mim", disse.
Apontando que o respeito pelas restantes bancadas, assinalou que as suas "divergências foram sempre políticas e nunca pessoais".
Já o deputado João Almeida começou por dizer que, quando era jovem, "achava que nunca haveria de estar" na Assembleia da República e assinalou que um dos momentos que o marcou foi a despedida de Adriano Moreira.
E salientou que se orgulha de ter sido "um dos primeiros deputados nascidos em democracia a fazer a intervenção na sessão comemorativa do 25 de Abril".
João Almeida agradeceu também ao "país por ter tido a honra de humildemente o servir" e aos presidentes do CDS que o "escolheram para representar" o partido.
O centrista agradeceu ainda "tudo o que o parlamento" lhe deu e manifestou orgulho por ser um cidadão de São João da Madeira, "do mais pequeno concelho do país".
Quanto ao ambiente parlamentar, salientou que em todas as bancadas fez "amigos e nunca uma inimizade".
No final da intervenção de Cecília Meireles, que estava visivelmente emocionada, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, disse a que a deputada "vai fazer muita falta, em especial nas comissões de inquérito".
Os três deputados agradeceram também o trabalho de todos os funcionários parlamentares, destacando a sua importância.
No final das suas intervenções, os três deputados que não serão candidatos a deputados nas eleições legislativas de 30 de janeiro, foram aplaudidos de pé pelas bancadas do PSD, PS e também pelos deputados do Chega e Iniciativa Liberal. Nas bancadas de BE e PCP, alguns deputados também bateram palmas, mantendo-se sentados.
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