A abertura dos trabalhos está marcada para as 21:00 e, tradicionalmente, o primeiro discurso do líder é focado na apresentação da sua proposta de estratégia global, intitulada "Governar Portugal ao centro".
No texto, que Rio apresentou aos militantes no final de novembro no âmbito da campanha interna para as eleições diretas e que será votado no sábado no Congresso, refere-se que o PSD "está em condições de governar Portugal", a mês e meio das legislativas de 30 de janeiro.
Na moção, Rio - que tem admitido ser desejável um entendimento com o PS para a viabilização de eventuais governos minoritários que saiam das legislativas de um ou de outro partido - defende que "importa construir uma nova maioria sem linhas vermelhas, assente no diálogo e no compromisso, à esquerda ou à direita, cujo único limite será a da moderação, do respeito pelas instituições constitucionais e a do superior interesse nacional".
"As próximas eleições decidir-se-ão ao centro do espetro político-partidário. É esse centro político que determinará qual das opções vingará: ou a continuidade das políticas de esquerda que têm conduzido ao empobrecimento relativo do nosso país face aos nossos parceiros europeus, ou a mudança para uma política de libertação da economia e da sociedade portuguesas", refere o texto.
Na quinta-feira, Rio anunciou já as suas escolhas para 'cabeças de lista' aos órgãos nacionais do partido, com Nuno Morais Sarmento - que já tinha anunciado a saída da Comissão Política - a encabeçar a lista para o Conselho de Jurisdição Nacional contra o atual presidente Paulo Colaço, enquanto o histórico militante Pedro Roseta irá substituir Paulo Rangel como o primeiro nome na lista oficial ao Conselho Nacional.
Paulo Mota Pinto mantém-se como o candidato à presidência da Mesa do Congresso e José Silvano como secretário-geral.
À chegada ao Congresso, as principais figuras do PSD deverão fazer as primeiras declarações, depois de o candidato derrotado nas últimas diretas, Paulo Rangel, já ter assumido que não irá promover ou integrar listas alternativas para os órgãos nacionais.
Ainda assim, para o Conselho Nacional deverão multiplicar-se várias listas, como habitualmente (no último Congresso foram dez), já sendo certas duas distintas apoiadas pelos ex-candidatos à liderança Luís Montenegro - com a divulgação apenas hoje do primeiro nome - e Miguel Pinto Luz (que poderá encabeçar a sua) e a também já habitual protagonizada por Joaquim Biancard da Cruz e Duarte Marques, devendo surgir outras até promovidas por apoiantes de Rio.
O deputado Carlos Eduardo Reis, que encabeçou das listas mais votadas ao Conselho Nacional nos últimos congressos, ainda não confirmou se irá, desta vez, optar por integrar a lista oficial de Rui Rio.
A divisão quase ao meio do partido nas diretas de 27 de novembro - Rui Rio derrotou Paulo Rangel por 52,4% dos votos - e a exclusão de muitos apoiantes do eurodeputado, incluindo líderes de distritais, nas listas de candidatos a deputados ainda poderão ter eco em intervenções pontuais no Congresso de Santa Maria da Feira (Aveiro).
No entanto, os discursos das principais figuras críticas do PSD não deverão pôr a tónica na divisão, mas na necessidade de unidade, pelo menos até às legislativas de 30 de janeiro.
Depois do discurso de abertura por parte do presidente Rui Rio, ainda serão discutidas hoje algumas das 12 propostas temáticas entregues ao Congresso (as restantes ficarão para sábado de manhã), quase todas com origem nas estruturas do partido e, na maioria, viradas para as desigualdades territoriais e para a necessidade de reformas do sistema política e eleitoral.
Para aceder à sala do Europarque em Santa Maria da Feira (Aveiro) onde decorrerá o Congresso do PSD até domingo, todos os congressistas e elementos da comunicação social terão de ter um teste negativo à covid-19, além de serem verificados os certificados digitais e o uso de máscara.
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