Governo "não respeitou o parlamento para pôr mais dinheiro no Novo Banco"

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou hoje "absolutamente inaceitável" o Governo usar um mecanismo contabilístico para "dar a volta ao parlamento" e injetar dinheiro no Novo Banco, defendendo que a gestão da Lone Star "lesa o interesse público".

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Lusa
27/12/2021 11:52 ‧ 27/12/2021 por Lusa

Política

Novo Banco

"O Bloco de Esquerda tinha razão quando disse a Mário Centeno que o que tinha sido prometido à Lone Star era uma garantia pública e que iriam ficar com o dinheiro todo", afirmou Catarina Martins.

Em declarações aos jornalistas, a coordenadora do BE considerou "absolutamente inaceitável" que o Governo tenha utilizado um mecanismo contabilístico para, declarou, "dar a volta ao parlamento e colocar dinheiro no Novo Banco que o parlamento tinha dito que não podia ser colocado".

"Acho isto absolutamente inaceitável. Um país deve ter prioridades e a prioridade deve ser o Sistema Nacional de Saúde", defendeu, notando que o Governo "não respeitou o parlamento".

"No Novo Banco, [o Governo] também não respeitou o parlamento para pôr mais dinheiro no Novo Banco depois do parlamento já ter demonstrado que a Lone Star estava a fazer uma gestão que lesa o interesse público, lesa os cofres públicos, gerando imparidades de curto prazo para poder ir buscar mais dinheiro ao fundo de resolução", observou Catarina Martins.

O Jornal de Notícias escreve hoje que o ministro das Finanças, João Leão, "fintou" o parlamento - que com uma maioria (BE, PSD, PCP e PAN) bloqueou a pretensão do Governo de reservar uma dotação de despesa no Orçamento para poder injetar mais dinheiro no Novo Banco - e acabou por injetar na instituição 317 milhões de euros.

De acordo com o JN, mesmo chumbado pelo parlamento, "em junho, o Novo Banco recebeu 317 milhões de euros e, na semana passada, o resto que estava em dúvida, mais 112 milhões de euros".

"No total os 429 milhões previamente acordados", acrescenta o JN, esclarecendo que o dinheiro foi angariado com recurso a um sindicato bancário, depois foi vertido no Fundo de Resolução que injetou os milhões no Novo Banco.

Leia Também: Demissões nos hospitais vão continuar. "São sinal da fragilidade do SNS"

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