Rio quer TAP privada, Costa diz que foi Estado que a salvou
O presidente do PSD acusou hoje a TAP de prestar um serviço "absolutamente indecente", insistindo que deve ser privatizada "o mais depressa possível", enquanto Antonio Costa defendeu que foi a presença do Estado que permitiu salvar a transportadora aérea nacional.
© Lusa
Política Legislativas
Estas posições foram assumidas no frente a frente entre António Costa e Rui Rio, moderado e transmitido pela RTP, SIC e TVI, já na reta final do único debate entre os dois no âmbito da pré-campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
O líder do PS e primeiro-ministro foi desafiado a garantir que o Estado não vai colocar mais dinheiro na TAP, para lá dos 3 mil milhões de euros já injetados.
"Essa foi a garantia dada pela Comissão Europeia, que escrutinou o processo e reconheceu a viabilidade do plano de reestruturação. A companhia estará em condições de, assim que possível, podermos alienar 50% do capital e há, felizmente, já outras companhias interessadas em adquirir", afirmou, dizendo não haver razões para duvidar do sucesso do plano já aprovado por Bruxelas.
António Costa frisou que, se o Estado não tivesse readquirido 50% do capital da transportadora aérea nacional, a TAP teria "ido para o buraco" quando as várias empresas do acionista privado David Neeleman foram à falência.
O presidente do PSD manifestou uma posição totalmente oposta, defendendo que "a TAP não deveria ter sido nacionalizada" e assegurou que, se for primeiro-ministro, será privatizada "o mais depressa possível".
"Não é amanhã, porque se não vende mal, não vou vender mal, mas isto não é sustentável, não é sério nem é competente", criticou, dizendo que foram investidos na empresa 3,3 mil milhões de euros, quando a receita anual do IRC no país é de 5,5 mil milhões.
Rio recorreu a um exemplo concreto para acusar a empresa de prestar um serviço "absolutamente indecente" até no aeroporto de Lisboa e de "não ligar nada ao resto do país".
Segundo o presidente do PSD, um voo Madrid - São Francisco, nos Estados Unidos da América, com escala em Lisboa, custa "a um espanhol 190 euros".
"Quanta paga o português se apanhar o mesmo avião em Lisboa para ir para São Francisco? Paga 697 euros. É companhia de bandeira, mas é companhia de bandeira espanhola ou de outro país qualquer, isto é revoltante, isto é inadmissível", criticou.
António Costa ainda desafiou Rui Rio a dizer o que teria feito diferente, se tinha fechado a empresa, perdido "dez mil postos de trabalho" e as exportações que a TAP representa.
"Ai digo, digo", afirmava Rio enquanto o líder socialista falava, mas o presidente do PSD já não voltou a ter a palavra e o debate terminou.
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