Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), designou o frente a frente do secretário-geral do PS, António Costa, e do presidente do PSD, Rui Rio, como “confrangedor”, acusando aqueles que se ‘atiram’ à governação de não apresentarem “soluções para os problemas mais graves do país.”
Depois de uma reunião com a organização de moradores de Pinhal de Negreiros, em Setúbal, a bloquista realçou, em declarações aos jornalistas, ter notado uma falta de respostas por parte do secretário-geral do PS e do presidente do PSD para os ‘reais’ problemas que o país enfrenta.
“Como é que se vai ter um [Serviço Nacional da Saúde (SNS)] capaz de responder a toda gente, ou como é que os salários em Portugal vão ser valorizados, como é que se vai acabar com as duplas penalizações nas pensões? Sobre isso não ouvi uma palavra”, atirou.
“É no mínimo confrangedor ouvir um debate sobre dois partidos que dizem que querem ser o Governo, e depois não ouvirmos nenhuma das soluções para os problemas mais graves do país”, acrescentou Catarina Martins.
Quando questionada sobre as declarações de Rui Rio de que a presença do BE no Parlamento seria um risco, a coordenadora realçou que foi o BE “a força que garantiu estabilidade na vida das pessoas, porque garantimos o fim de cortes em salários e pensões, fizemos tudo o que podíamos para acabar com a suborçamentação do SNS, e temos de continuar esse caminho”, enumerou, adiantando que, por ser “a força que combate o abuso”, poderá não agradar à direita.
Sobre a exclusão de um possível acordo governamental, Catarina Martins clarifica que a decisão é dos eleitores, e não do PS, acusando o partido de dizer "tudo" para garantir uma maioria absoluta.
“O PS em todas as eleições diz tudo e mais alguma coisa para tentar exigir uma maioria absoluta aos eleitores, mas quem decide é quem vai votar. O BE, como a terceira força política reforçada, será o garante de que não há um governo de direita, mas que também não há uma maioria absoluta”, considerou.
A bloquista rematou: “O que o país precisa é de um novo ciclo (…) não precisamos de mais dois anos de votações do PS com a direita, que não resolvem os problemas do país.”
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