Uma declaração de António Costa aos jornalistas, logo no início da arruada na marginal de Espinho, depois de questionado sobre o facto de o PSD prever uma radicalização à esquerda do PS se Pedro Nuno Santos chegar à liderança dos socialistas após as eleições legislativas de 30 de janeiro.
O secretário-geral do PS respondeu que esses avisos do PSD sobre uma radicalização dos socialistas à esquerda não passam de "histórias da carochinha".
"Aquilo que verdadeiramente seria um papão era um país governado pelo doutor Rui Rio" contrapôs, numa alusão crítica à política económica preconizada pelo líder social-democrata.
Depois, marcou diferenças face à forma como Rui Rio lidera o PSD: "Eu gosto de trabalhar em equipa e de ter os melhores na minha equipa".
"Eu sou daqueles que gosta de integrar e não de excluir. Mas há outros que têm outro género, gostam mais de excluir do que incluir", disse.
Pedro Nuno Santos, cabeça de lista do PS por Aveiro, tem sido apontado como um potencial candidato à sucessão na liderança dos socialistas, após António Costa.
Em Espinho, António Costa foi recebido por centenas de apoiantes socialistas. Desta vez, ao contrário do habitual, em que o cabeça de lista tem um papel secundário, além de Costa, gritou-se também Pedro Nuno.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS defendeu ainda que a sua lógica em termos de direção partidária, ou Governo, é a da inclusão.
"Gostamos de nos incluir uns aos outros, juntarmo-nos uns aos outros. E é por isso que damos força ao PS. E a força do PS serve para todos", afirmou antes de se referir especificamente a Pedro Nuno Santos, antigo líder da JS e atual ministro das Infraestruturas e da Habitação.
"Gosto muito de ter o Pedro Nuno porque é um dos melhores que nós temos felizmente na nossa equipa. E é isso que contribui para o PS ser um PS forte e dar garantias aos portugueses que vamos poder continuar a avançar no próximo dia 30", declarou.
Questionado se a nova geração de socialistas será mais à esquerda do que a atual, António Costa respondeu: "A nova geração do PS será o que a nova geração do PS entender".
"No PS, temos sempre o hábito de sermos um partido plural, onde temos naturalmente cada um a sua sensibilidade. Mas temos um grande sentido de equipa. E, ao contrário de outros que não gostam aqueles que não pensam exatamente como nós, no PS, pelo contrário, gostamos desta diversidade, que é isso que assegura a pluralidade - e isso é a grande força do PS", acrescentou.
Numa ação de campanha em que teve a presença da dirigente socialista e ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, António Costa teve também ao seu lado deputados pelo círculo de Aveiro como Porfírio Silva, Filipe Neto Brandão ou Cláudia Cruz Santos.
Uma vez mais, o líder socialista atacou a política económica baseada nos baixos salários, modelo que atribuiu ao presidente do PSD.
"A ideia do doutor Rui Rio de que a economia cresce com base nos baixos salários é a de uma economia que já não existe no mundo desenvolvido, designadamente no mundo europeu. A nossa ideia é a aposta nas qualificações dos portugueses para termos uma economia mais competitiva", contrapôs.
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