PS secundarizou maioria absoluta e PSD mostrou-se confiante na vitória

Ao sétimo dia da campanha, e com as sondagens a mostrar uma aproximação entre PS e PSD, Costa falou aos indecisos e secundarizou a maioria absoluta, já Rio mostrou-se confiante numa vitória no próximo dia 30.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
22/01/2022 19:34 ‧ 22/01/2022 por Lusa

Política

Legislativas

Em vésperas do dia dedicado ao voto antecipado em mobilidade, para o qual estão inscritos mais de 315 mil eleitores, as preparações são feitas e os dois maiores partidos apostam na bipolarização, vincando diferenças.

O secretário-geral do PS começou o dia a afirmar que não viu a entrevista concedida na sexta-feira pelo antigo líder socialista José Sócrates, que alertou que "quem quer maioria absoluta talvez devesse começar por não desmerecer a única que o PS teve", numa referência à sua, em 2005.

Em campanha pelo distrito de Leiria, António Costa levou mensagens dirigidas aos indecisos sobre as diferenças entre PS e PSD nos salários e impostos, secundarizando a questão da maioria absoluta, à qual tem apelado.

"A questão não é saber se há ou não maioria, mas que política nós queremos para o país, o que desejamos para a nossa vida a seguir às eleições", declarou António Costa, que vincou que há uma "diferença abismal" entre a proposta de futuro que tem para o país e a do PSD, acusando os sociais-democratas de quererem "repetir o mesmo erro das políticas da austeridade".

Já em Espinho, Costa foi acompanhado pelo socialista Pedro Nuno Santos -- um dos nomes apontados para a futura liderança do PS - aproveitando a sua presença para marcar diferenças face ao presidente do PSD, salientando que gosta de trabalhar em equipa e não de excluir.

Na caravana social-democrata, Rui Rio também teve companhia: em Santa Maria da Feira, o presidente do PSD e o ex-candidato à liderança Luís Montenegro fizeram campanha lado a lado e ambos manifestaram confiança na vitória do partido nas eleições antecipadas de 30 de janeiro.

Rio utilizou o recente exemplo da Câmara de Lisboa - em que os socialistas anunciaram que iriam viabilizar o orçamento municipal e depois pediram um adiamento devido a alegados erros no documento -- para deixar críticas aos socialistas.

"Isto comprova que negociar com o PS é sempre na corda bamba, diz uma coisa e rapidamente faz outra, quando faz isto na principal câmara do país, facilmente faz também no Governo", alertou.

Ainda assim, Rio mantém a disponibilidade para negociar com os socialistas, mas reiterou que "quem vai decidir é o povo português", manifestando preferência por acordos escritos.

Em Vila Nova de Gaia, o antigo líder do PSD Luís Filipe Menezes também admitiu que lhe 'cheira' a vitória nas eleições legislativas, garantindo que irá a todas as ações de campanha social-democrata para as quais for convidado.

À esquerda, a coordenadora do BE, Catarina Martins, numa visita matinal à Feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, acusou o PS de ser "o único partido" da antiga geringonça que "não dá sinais" de entendimento, considerando que seria bom perguntar a António Costa sobre soluções para o dia seguinte às eleições.

Também o dirigente comunista João Oliveira, em Almada, apontou aos socialistas, acusando o PS de "um enorme cinismo e hipocrisia", por falar sobre a semana de trabalho de quatro dias em período eleitoral, e insistiu que há "arranjinhos" em curso com o PSD.

Já o dirigente do Livre Rui Tavares, numa visita ao bairro Casal da Boba, no concelho da Amadora, alertou para uma desmobilização do eleitorado à esquerda, caso os partidos insistam em ataques entre si, considerando que "ainda há tempo" para mudar o discurso.

Mais tarde, em Almada, Tavares alertou para o perigo de propostas que pretendem aumentar os níveis de preconceito contra a comunidade cigana em Portugal, no mesmo dia em que numa arruada em Braga, uma mulher cigana pediu a Ventura para "deixar de ser racista", com o líder do Chega a alegar que "muitos ciganos" não trabalham, apesar de estudos apontarem no sentido contrário.

À direita, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou que estas legislativas vão ser uma "prova de vida" do partido mas rejeitou estar "preocupado com a liderança", afirmando-se "completamente solto e completamente livre" nas funções.

Rodrigues dos Santos também contou com um reforço de peso na ajuda à corrida eleitoral: o ex-líder do CDS-PP Manuel Monteiro, que o acompanhou numa visita a um mercado em Braga, iniciativa onde não esteve o presidente da distrital e eurodeputado, Nuno Melo, por estar em isolamento devido à covid-19.

Numa visita à feira de Monte Abraão, em Sintra, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Cotrim de Figueiredo, andou à procura de uma mochila para carregar a "responsabilidade de mudar Portugal", mas não encontrou nem o tamanho, nem a cor pretendida.

Já a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, recusou fazer uma "oposição de terra queimada" a um futuro governo, após as próximas legislativas, mas vincou estar indisponível para apoiar quem "viole os princípios" do partido.

Leia Também: Costa diz que se encontrasse Rio perguntava-lhe se já estava bem do nariz

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