Voto antecipado no Pavilhão Rosa Mota não é uma longa maratona
O voto antecipado no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, era hoje de manhã um momento "rápido" e "bem organizado", e não uma longa maratona com filas, num espaço que já entrou para a história destas legislativas.
© Global Imagens
Política Eleições antecipadas
Se a própria Rosa Mota, campeã da maratona nos Jogos Olímpicos de Seul1988, entrou na campanha eleitoral na última sexta-feira com uma intervenção polémica num evento do PS, o pavilhão que levou o seu nome, na Invicta, também tem o seu lugar nesta 'corrida' eleitoral, já que recebeu o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, para um inédito voto antecipado na cidade.
Quem ganhou com isso foi a luso-americana Vivian Sandler, de 23 anos, que sobre a 'linha de meta' conseguiu uma fotografia com o líder socialista, mesmo antes deste entrar no carro e seguir para as Caxinas, em Vila do Conde, onde prossegue a campanha eleitoral.
"Sim, sim... Eu vi a oportunidade e também estudei ciência política, sou muito interessada na política e eu consegui", disse sorridente à Lusa, recordando o seu momento 'photo-finish'.
Ainda antes de votar, juntamente com o seu namorado, a jovem com dupla nacionalidade disse ser "importante" votar e inclusive "nos dois países", pois é "um dever".
"Já votei nos quatro anos em que estou a viver em Portugal. Votei sempre antecipado, acho que é melhor porque há menos gente e ainda mais agora, com a pandemia", sustentou.
A fria manhã junto ao Palácio de Cristal apenas 'aqueceu' com a azáfama mediática causada pela presença de António Costa, que juntamente com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, votou antecipadamente neste equipamento da cidade pouco depois das 10:30.
A lojista Adriana Ribeiro, de 40 anos, ainda apanhou a presença do secretário-geral socialista, mas confirmou à Lusa o que a ausência de aglomerações de pessoas (que não jornalistas) indiciava: "Foi rápido. Muito rápido. Está muito bem organizado, muito bem identificado também, portanto é um processo muito rápido", disse.
Questionada acerca do voto dos isolados e infetados com SARS-CoV-2, que causa a covid-19, Adriana Ribeiro considerou esse processo "um bocadinho contraditório".
"Por um lado tem-se que estar isolado e não se pode sair de casa, por outro, para vir votar, abre-se uma exceção... é incongruente, na minha opinião. Também concordo que seja uma decisão difícil de tomar, uma vez que é imprevisível saber quem é que fica infetado à última da hora", partilhou.
No entanto, a pandemia não foi a razão pela qual veio votar antecipadamente, mas sim porque vai "de férias para a semana".
Já Carlos Figueiredo, médico de 70 anos que vive em Viseu, disse à Lusa que aproveitou a presença no Porto para tratar já do assunto, já que "no próximo fim de semana não estaria lá".
O médico encarou com normalidade a questão do voto dos confinados, elogiando as condições de segurança no recinto portuense.
"É assim, se for num espaço como o que eu acabei de votar agora, um espaço super arejado e com pouca gente, em horas em que de facto haja pouca gente a votar, não me parece nada de especial", afirmou.
Carlos Figueiredo disse que demorou "dois minutos" entre chegar ao pavilhão e sair, já com o voto depositado, confirmando as características da 'corrida' às urnas desta manhã.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, já tinha confirmado aos jornalistas que a afluência para votar era baixa, e que até já tinham sido retiradas mesas de voto.
"Vejo poucas pessoas inscritas. Estávamos a contar com mais pessoas inscritas. Nós tínhamos uma capacidade instalada, para hoje, para qualquer coisa como 60 mil pessoas, foi aquilo que nos pediu o MAI [Ministério da Administração Interna]", disse aos jornalistas o autarca portuense à entrada do pavilhão.
Rui Moreira afirmou que estavam previstas 120 mesas de voto, mas dado que estavam inscritas apenas cerca de 20 mil pessoas para votar antecipadamente, algumas foram desmontadas.
A nível nacional, mais de 315 mil eleitores que se inscreveram para votar antecipadamente para as legislativas podem fazer hoje as suas escolhas, com as autoridades de saúde a recomendar cuidados como usar máscara cirúrgica e usar a própria caneta.
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