Quando Francisco Louçã subiu hoje à noite ao púlpito fez-se silêncio na Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga, para ouvir o antigo líder do partido, cujo discurso é sempre um dos momentos mais esperados pelos apoiantes nas campanhas do BE.
O fundador do partido apontou ao PS, cujo "pesadelo da maioria absoluta morreu, finou-se na passada sexta-feira", mas criticou que agora o partido de António Costa esteja "a ser engolido pelo seu mistério" já que "quer que os eleitores escolham, sem lhes dizer o que é que vão escolher".
"Ou quer provocar uma crise no próximo domingo à noite? Ou talvez queira um bloco central ou até um bloco central de um só partido, amparado no PSD sorrateiramente, o tal pântano que nos é agora apresentado, o queijo limiano de Guterres, como se fosse um bom modelo de governação ou como se alguém tivesse saudades desse tipo de manobras entre o PS e o PSD", perguntou.
Louçã dirigiu-se aos eleitores do PS para questionar se haverá algum que acredite que o caminho para Portugal é "amparando-se no PSD", considerando que é inteira responsabilidade dos socialistas estarem a confundir a sua campanha.
"Toda a gente sabe que o vazio e o mistério estão a fazer desta campanha uma campanha empatada. Na verdade, cada dia mais empatada. Só há uma certeza absoluta: o voto no Bloco é agora o único que pode virar a eleição", enfatizou.
Para o antigo líder bloquista, "vencendo o Chega" -- que "orgulho para a esquerda toda", atirou - e assim "ultrapassando, e de muito longe, a soma dos votos da IL e do CDS, o voto no BE desempata e impede qualquer Governo de direita".
"É por isso esse o voto que decide e é segurança para o povo de esquerda, vence a direita. Não haverá governo de Rui Rio a partir do próximo domingo, obriga a um contrato para Portugal que é o que responde ao povo que sabe que saúde é estabilidade, salário e pensão são estabilidade, e a escola é o futuro. Esse compromisso será porventura a maior responsabilidade da história do BE", anteviu.
Na análise de Louçã, a coordenadora do BE, Catarina Martins, "conduziu duas campanhas que mudaram Portugal", tendo em ambas essas corridas eleitorais o partido sido "a força determinante, com outras vozes".
"Houve quase um milhão de pessoas em 2015 que impôs o fim da austeridade e que recusou ao PS a maioria absoluta que ambicionava e por isso foi possível um acordo para acabar com a austeridade. Houve quase tanta gente em 2019 que exigiu que continuasse esse esforço para responder a tudo o que fosse essencial", recordou.
Por isso, cada um destes eleitores "tem muitas mais razões para votar no BE porque sabe que é o voto que vai decidir tudo".
"Sabe que é forma de proteger o nosso país da direita e de um pântano e por isso é o caminho para impor um contrato que governe pela responsabilidade contra a desigualdade que nos fere", sintetizou.
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