"Do Algarve, quero desafiar todos os outros partidos de direita - todos os que podem formar uma maioria de Governo -, a comprometerem-se com os algarvios e com os portugueses num grande programa nacional chamado 'Portagens Zero'", disse o líder daquele partido de extrema-direita, no final de um jantar-comício num hotel em Faro.
Segundo Ventura, o lançamento desse programa será "condição essencial de um Governo" e espera "apoio de todos os partidos que formem o próximo Governo de Portugal".
Ao longo de toda a campanha, a proposta do fim das portagens tem sido um tema quase diário nos discursos de André Ventura, apesar de o documento de 100 medidas de Governo do seu partido não referir a abolição de todas as portagens, antes "em vários troços rodoviários do país, particularmente na A23 e na A22" (conhecida como Via do Infante), no Algarve.
No discurso, Ventura frisou que o Chega é "estruturalmente avesso a portagens", considerando que estas "penalizam o desenvolvimento" e que, no caso do Algarve, enviam "as pessoas para a estrada da morte, paralela à Via do Infante".
"Que todos percebam que as portagens são mesmo para acabar. Não são para reduzir nem 1%, nem 10%, nem 15%. É para acabar", asseverou, recordando também as promessas do primeiro-ministro, António Costa, de terminar com as portagens na autoestrada que atravessa o distrito de Faro.
André Ventura realçou ainda que espera um "grande resultado" no Algarve por parte do Chega, acusando o Governo de não ter apoiado aquela região, fortemente penalizada pela pandemia.
Antes de o presidente do partido discursar, o cabeça de lista por Faro, Pedro Pinto, mostrou-se confiante que o Chega consiga eleger dois deputados por aquele círculo eleitoral (André Ventura, nas presidenciais, teve um resultado acima da média nacional no Algarve).
"O Algarve de hoje é só turismo e miséria", criticou Pedro Pinto.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2020, o Algarve tinha um poder de compra acima da média nacional.
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