Carla Castro, deputada do Iniciativa Liberal eleita por Lisboa, exigiu hoje como prioridades "para ação política", numa altura em que se antecipa um regresso gradual à normalidade, a "recuperação das aprendizagens", "da saúde mental", dos "cuidados primários" e a recuperação "das listas de espera".

Apesar de admitir que o Iniciativa Liberal defende uma "gestão individual de risco responsável", Carla Castro considera que isso se deve contrabalançar com um "sentimento de urgência" nestas frentes.

Estas posições foram transmitidas pela até aqui assessora do gabinete de Cotrim de Figueiredo, após mais uma reunião entre políticos e especialistas para análise da evolução da situação epidemiológica em Portugal no controlo e combate à Covid-19.

"Gostaria de congratular-me pelo novo tom de normalidade, em que deixamos de estar numa situação de emergência de saúde pública. Já em duas reuniões no Infarmed que se falava na transição para uma fase endémica, mas que politicamente tem sido ignorado", disse aos jornalistas a deputada eleita da Iniciativa Liberal, Carla Castro.

Os liberais estão satisfeitos com "esta mudança de tom", recordando que têm "defendido o alívio das restrições pandémicas" e que "parece ter chegado esse tempo".

No entanto, de acordo com Carla Castro, "neste alívio e nas medidas que foram hoje apresentadas não ficou explicito a situação em relação às escolas", reiterando a necessidade de abolir as máscaras em contexto escolar.

"É importante ao nível do desenvolvimento da fala na mais tenra idade, da sociabilização de crianças e jovens", exemplificou. "Continua o forte impacto nas escolas, onde não tem havido o foco na recuperação das aprendizagens e, quer a esse nível quer ao nível da saúde mental, queríamos que tivesse o maior foco de todos."

A liberal pediu também o "levantamento das restrições para os eventos culturais" e sublinhou que foi dito na reunião que "é necessário capitalizar o que se aprendeu com a Covid-19".

"Como é que se pode falar em sabedoria política quando temos a economia em cacos, quando as clivagens sociais se agravaram, quando temos a saúde mental num estado bastante degradado na generalidade da população e quando temos um SNS em colapso e que não está em pior estado graças aos profissionais que temos", questionou.

"Nós aqui gostaríamos de convidar também à reflexão do próprio Governo às aprendizagens. Houve muita coisa que não correu bem", criticou, apontando como exemplo o "desmantelamento das estruturas de vacinação".

Segundo Carla Castro "houve empirismo, houve infantilização da população, houve falta de dados" na gestão na pandemia.

[Notícia atualizada às 13h40]

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