Mariana Mortágua e Adolfo Mesquita Nunes estiveram hoje à noite no programa Linhas Vermelhas, da SIC Notícias, a fazer o rescaldo dos mais recentes acontecimentos relativos à tensão crescente entre a Rússia e a Ucrânia após Putin ter reconhecido a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia.
Para Mortágua é preciso entender o que foi mal feito até agora para evitar o que parece estar prestes a acontecer nomeadamente no que diz respeito à responsabilidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e Europa.
"Parece óbvio que Putin está a escalar o conflito que até agora tem sido diplomático. Seria mais cautelosa em anunciar uma invasão ou uma guerra, porque acho que houve dois erros neste processo. Condenar Putin, todos condenamos, a questão é perceber se há alguma coisa que as potências europeias e americanas poderiam ter feito para não deixar que este conflito escalasse", apontou a deputada do Bloco de Esquerda.
"Acho que todos temos a responsabilidade de manter a paz e criar as condições para que ela se mantenha. As sucessivas declarações, ou premonições, ou antecipações de uma guerra que ainda não existe não me parece que seja uma boa política", continuou acrescentando que "a guerra não existe", e que "é um conflito diplomático que pode vir a ser ou pode não vir a ser uma guerra". "Não se evita uma guerra fazendo uma guerra", sublinhou a bloquista.
Já Adolfo Mesquita Nunes discorda da posição da deputada.
"Uma pessoa como Putin não precisa de um pretexto nenhum para levar a cabo a sua política imperialista", começa por argumentar o ex-deputado da Assembleia da República Portuguesa pelo CDS.
"É um erro achar que nós é que erramos, que nós é que fizemos alguma coisa para acordar o monstro, aquilo que aconteceu em várias guerras é que tiranos autocráticos que querem com uma pretensão imperialista e que não querem aceitar nas suas fronteiras países democráticos, e a democracia ucraniana teve muitos problemas, não precisam de pretexto nenhum", sublinha.
Adolfo Mesquita Nunes defende ainda que "enquanto andarmos aqui a brincar e a fingir que são pretextos, aquilo que estamos a mostrar é fraqueza".
Para o político é preciso agir "com firmeza" com "sanções económicas fortes".
De referir que os EUA já lançaram sanções no seguimento do reconhecimento como independentes das regiões separatistas Donetsk e Lugansk na Ucrânia.
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