"A Iniciativa Liberal condena as mais recentes violações do Direito Internacional e da soberania da Ucrânia por parte da Rússia, numa escalada de agressão que visa intimidar um país soberano e estender a influência autocrática da Rússia para além das suas fronteiras", lê-se numa nota enviada à imprensa.
O partido manifesta assim a sua "total solidariedade ao povo ucraniano e aos mais de 40.000 cidadãos ucranianos que residem atualmente em Portugal", posicionando-se "inequivocamente do lado do respeito pelo Direito Internacional, pela democracia liberal e pela liberdade".
Os liberais apelam ainda ao Governo português para que assuma "uma posição igualmente clara nesta matéria, estendendo tal exortação a todos os partidos portugueses", argumentando que "este é um momento em que não podem existir hesitações: a Rússia procura uma agressão territorial imperialista de grande escala com justificações étnicas/racistas".
"Os governantes russos têm medo que o seu povo perceba que a democracia liberal é o único sistema político que lhes pode trazer mais prosperidade e uma vida melhor e o exijam, depondo o atual regime autocrático. Os governantes russos têm medo da democracia liberal a crescer às suas portas", advogam.
A IL continua, escrevendo que os governantes russos "falharam clamorosamente o desenvolvimento económico do seu país, que hoje tem um PIB [Produto Interno Bruto] per capita que é menos de metade do português, enquanto outros estados vizinhos que adotaram a democracia liberal e políticas liberais são hoje mais ricos do que Portugal e proporcionaram ao seu povo melhores condições de vida com mais liberdade individual".
Na opinião dos liberais, "a agressão expansionista é uma tentativa desesperada dos governantes de um Estado em declínio manterem-se no poder" e "um ataque aos valores da democracia liberal".
"A Iniciativa Liberal estará sempre do lado da democracia liberal e de todos os povos que a ambicionem e lutem contra quem a quer reprimir usando violência de Estado ao serviço dos interesses da sua classe política", vincam.
Na segunda-feira, Vladimir Putin ordenou a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.
Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa russo que "as Forças Armadas da Rússia assumam as funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk.
Este reconhecimento já foi condenado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo Governo, nomeadamente pelo primeiro-ministro, António Costa, assim como pela União Europeia, que garantiu uma resposta ocidental "com unidade e firmeza".
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Nos últimos dias, o clima de tensão agravou-se ainda mais perante o aumento dos confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, na região do Donbass, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
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