"Desde logo queríamos manifestar a nossa solidariedade para com o povo ucraniano, não só com todos aqueles que estão neste momento a ser afetados pela invasão russa, como também apelar ao Governo que receba e que promova o reagrupamento familiar de todas as pessoas que possam querer vir para Portugal", afirmou a porta-voz do PAN.
Em declarações à agência Lusa, Inês Sousa Real repudiou também "fortemente aquilo que tem sido a ofensiva russa".
"O planeta precisa a este tempo de paz, não precisamos de uma guerra", salientou, defendendo que "era importante que o mundo estivesse a este tempo focado no combate às alterações climáticas, à retoma socioeconómica", porque atravessa ainda "uma crise sanitária sem precedentes", provocada pela covid-19, e com "consequências socioeconómicas".
"Essa são as guerras que deveríamos estar a travar e não ter uma potencial terceira guerra mundial, e é fundamental que a própria Rússia tenha a consciência da inconsequência dos seus atos para a estabilidade mundial", criticou a líder do partido Pessoas-Animais-Natureza.
Na sua ótica, "aquilo que a Rússia está a fazer de, por uma questão de ocupação do território, vir mais uma vez oprimir o povo ucraniano, é de facto inqualificável e deve merecer por parte da comunidade internacional todos os esforços para que a paz seja restabelecida, para que as ofensivas militares sejam retiradas e se possa promover o restabelecimento da paz".
Pedindo que a comunidade internacional "se mobilize mais do que nunca", Inês Sousa Real alertou também para a necessidade de "fazer chegar o mais possível bens que possam ser necessários à população ucraniana".
Por parte de Portugal, "tem que haver um forte compromisso para se criar e desburocratizar os mecanismos que permitam a quem possa pedir asilo ser acolhido o quanto antes", defendeu.
A porta-voz e deputada do PAN aproveitou para defender o fim dos vistos 'gold', que são "um foco de corrupção" e "podem permitir que alguns ativos russos venham para o nosso país por motivos que não os da solidariedade e de fugir de uma guerra", recusando "dois pesos e duas medidas".
"É fundamental que Portugal esteja de braços abertos para o povo ucraniano mas também para a população russa que, de alguma forma, não se identifica e queira fugir deste contexto de guerra", advogou.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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