Ucrânia. Chega defende estatuto de candidato a Estado membro da UE

O presidente do Chega, André Ventura, defendeu hoje que deve ser concedido à Ucrânia o estatuto de candidato a Estado Membro da União Europeia, considerando que esta decisão daria "um sinal forte à Rússia" de união.

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Lusa
03/03/2022 18:34 ‧ 03/03/2022 por Lusa

Política

Chega!

"O Chega acompanha os restantes partidos que já ouvimos sobre isto, nomeadamente ouvi hoje o PSD, o doutor Rui Rio, no sentido de aconselhar Portugal a decidir favoravelmente que a Ucrânia tenha o estatuto de candidato ao bloco da União Europeia", afirmou Ventura, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.

Na ótica do deputado, "a colocação de Ucrânia como Estado candidato pode ser um sinal forte à Rússia neste momento de que a União Europeia está unida e que não vai vacilar nos valores fundamentais".

André Ventura salientou que esta posição "em nada vincula a decisão que o ID, enquanto grupo parlamentar europeu, venha a tomar nesta matéria" e apontou que "a família política a que o Chega pertence, o ID, e o próprio Chega têm sido muito críticos de novas adesões à União Europeia, nomeadamente no que se refere à Turquia mas também a outros potenciais e eventuais Estados membros".

"Em todo o caso a posição do Chega é clara, como foi desde o início. O Chega entende que a Ucrânia neste momento deve ser protegida, que a União Europeia o pode fazer e o deve fazer e que permitir que a Ucrânia tenha o estatuto de Estado candidato à União Europeia é neste momento um sinal importante que damos para o povo ucraniano e também para a estabilidade na região", afirmou.

Apesar de não ser conhecida ainda a composição do próximo executivo na sequência das eleições legislativas nem a data oficial da tomada de posse, o líder do Chega considerou que "não fazia grande sentido e pode até ser visto como um desrespeito institucional a nível europeu e internacional uma eventual inclusão de Fernando Medina no executivo, como se diz", referindo a partilha de dados de ativistas por parte da Câmara de Lisboa com as autoridades russas.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou o pedido formal para a entrada do país na União Europeia.

Leia Também: UE chega a "acordo histórico" para ativar corredores humanitários

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