O discurso de Jerónimo de Sousa, num comício comemorativo do 101.º aniversário do PCP, no Campo Pequeno, continua a gerar críticas, depois de o secretário-geral comunista ter defendido a dismilitarização da União Europeia e a dissolução da NATO.
No Twitter, o economista Luís Aguiar-Conraria, professor catedrático da Universidade do Minho, começa por ironizar: "Grande discurso de Jerónimo de Sousa".
Depois, o docente escreve que esse discurso "começa por identificar os primeiros culpados pela invasão da Ucrânia pela Rússia", que são, para Jerónimo, "os EUA, a União Europeia e a NATO".
Grande discurso de Jerónimo de Sousa. Começa por identificar os primeiros culpados pela invasão da Ucrânia pela Rússia: os EUA, a União Europeia e a NATO;
— Luís Aguiar-Conraria (@LConraria) March 6, 2022
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"Depois, identifica os que ganham com a guerra e o seu prolongamento: os Estados Unidos", acrescenta, numa outra publicação.
"Finalmente, apresenta as soluções: acabar com as sanções económicas e dismilitarizar a União Europeia. Brilhante. Olha se apoiassem o imperialismo russo", apontou ainda Luís Aguiar-Conraria.
R, finalmente, apresenta as soluções: acabar com as sanções económicas e dismilitarizar a União Europeia.
— Luís Aguiar-Conraria (@LConraria) March 6, 2022
Brilhante. Olha se apoiassem o imperialismo russo.
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Também o jornalista Carlos Vaz Marques criticou a posição do partido, fazendo referência a um lapso de Jerónimo durante o discurso.
O lapso freudiano de Jerónimo de Sousa: ““O pcp não condena, perdão, o pcp não apoia e condena a violação dos princípios do direito internacional.”
— Carlos Vaz Marques (@cvazmarques) March 6, 2022
Mas as críticas não se ficaram por aqui. Nas redes sociais, multiplicaram-se as palavras de condenação ao discurso de Jerónimo de Sousa.
Se ainda dúvidas houvesse sobre a necessidade imperiosa de fazer um cordão sanitário ao PCP, Jerónimo de Sousa fez questão de as desfazer.
— Tiago Silva (@hugotiago_) March 6, 2022
Ou será que vamos continuar a ser condescendentes com este extremismo comunista que coloca em causa os mais elementares direitos humanos? https://t.co/o4CsvvgaSP
Honestamente perdi todo o respeito que ainda podia ter pelo Jerónimo de Sousa. Além de repudiante este tipo de discurso, é uma ameaça à democracia que eles tão cinicamente dizem que defendem. São fantoches sem moral e sem vergonha.
— Aires Silva (@AiresSilva5) March 6, 2022
No campo pequeno, Jerónimo de Sousa voltava a culpar a Nato o imperialismo americano e que a Europa deveria desmilitarizar-se. Putin já lhe enviou cumprimentos, e aumentou a mesada ao PCP.
— Bernardino (@Georwellbir) March 6, 2022
"O PCP não apoia a guerra. Isso é uma vergonhosa calúnia"
Recorde-se que o secretário-geral do PCP demarcou, no domingo, o seu partido do poder russo liderado por Vladimir Putin e apelou à paz na Ucrânia, queixando-se de que esta guerra tem sido "pretexto para uma nova campanha anticomunista".
Num comício comemorativo do 101.º aniversário do PCP, no Campo Pequeno, em Lisboa, em que se gritou "paz sim, guerra não", Jerónimo de Sousa condenou "a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia".
"O PCP não apoia a guerra. Isso é uma vergonhosa calúnia. O PCP tem um património inigualável na luta pela paz. O PCP não tem nada a ver com o Governo russo e o seu Presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos", afirmou.
Em seguida, o secretário-geral do PCP acusou os Estados Unidos da América de há muito tempo levarem a cabo uma "estratégia de escalada armamentista e de dominação imperialista" e de terem promovido um "golpe de Estado" na Ucrânia em 2014, "que instaurou um poder xenófobo e belicista".
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