A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, recusou alongar-se nos comentários sobre a abertura de uma investigação preventiva, por parte do Ministério Público, ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, por causa da compra de dois imóveis, para não alimentar uma campanha eleitoral à volta de "casos".
"Quero falar sobre os problemas das pessoas e se venho ter com elas, devemos às populações falar sobre o lítio e sobre as suas vidas e não enxamear o debate público. Se o Ministério Público está a averiguar, averigue. Não vamos é passar semanas a falar de casos e casinhos quando há problemas tão graves no país como a destruição do ambiente, território e o problema da habitação", defendeu Mortágua, em Montalegre, onde se encontrou, esta quarta-feira, com a população e uma associação de defesa ambiental a propósito da exploração de lítio na vila.
Para Mariana Mortágua, as minas de lítio vão "ameaçar o ganha pão, a água e saúde"” de várias populações "sem nenhum ganho e benefício".
"Portugal tem mesmo de proteger os seus recursos naturais. Daqui nasce a água que muita gente bebe, vem carne e produtos que valorizam o território. Querer destruir isto tudo em nome de minas que não sabemos sequer se têm lítio é um desrespeito profundo para com o país e o território. Não podemos esburacar uma região contra a vontade da população", acrescentou a coordenadora do BE.
O Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva na qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em causa estão suspeitas relacionadas com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo.
As eleições legislativas estão agendadas para 18 de maio.
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