"O desejo que nós todos temos é que a guerra termine o mais rapidamente possível, a paz seja restabelecida, o respeito pelo direito internacional, a integridade territorial da Ucrânia seja respeitada e as instituições democráticas da Ucrânia possam retomar a sua atividade com toda a normalidade", afirmou António Costa, na conferência de imprensa final, com o homólogo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, da VI Cimeira entre Cabo Verde e Portugal.
"Esse é o desejo da comunidade internacional, tão claramente expressa na Assembleia-Geral das Nações Unidas, ainda na semana passada, com o voto favorável designadamente de Cabo Verde e de Portugal, e é para isso que todos temos de trabalhar", acrescentou o primeiro-ministro português.
Os governos de Portugal e de Cabo Verde assinaram hoje, na cimeira, o novo Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2022-2026, de cerca de 95 milhões de euros, com seis eixos temáticos, além de cinco instrumentos bilaterais.
"Com a realização desta cimeira nós quisemos também sublinhar que, independentemente de todas as dificuldades há um programa de cooperação com Cabo Verde que queremos mesmo concretizar e que será concretizado. E demos provas, aliás, na situação muito difícil que vivemos recentemente, ainda estamos a viver, com a pandemia de covid-19, que não foi essa adversidade que nos fez afastar, pelo contrário. Foi com essa adversidade que mais nos aproximámos, com todas as formas de cooperação", recordou António Costa.
Questionado sobre a ameaça do novo quadro internacional e económico provocado pela invasão da Ucrânia pela Rússia à implementação destes acordos, o chefe do Governo garantiu que "quanto maior for a tormenta, maior terá de ser a solidariedade entre amigos".
"Não sei se dizem em Cabo Verde, mas nós dizemos em Portugal: Os amigos são para as ocasiões e este é mesmo uma ocasião para a amizade ser reforçada", afirmou António Costa.
Os chefes de Governo de Portugal e de Cabo Verde lamentaram hoje as mortes que a guerra na Ucrânia está a provocar, após a invasão russa, apelando à "cessação imediata das hostilidades" e à retoma do diálogo.
De acordo com a declaração conjunta da VI Cimeira Cabo Verde - Portugal, realizada na Praia, capital cabo-verdiana, com a presença dos respetivos primeiros-ministros, ambos "passaram em revista várias questões de interesse comum", nomeadamente a situação na Ucrânia, tendo "condenado inequivocamente o uso da força nas relações entre Estados".
"Defendendo o respeito pelos valores e pelo Direito Internacional, plasmados na Carta das Nações Unidas, e reiteraram a defesa do princípio da igualdade e integridade territorial dos Estados. Lamentaram ainda a perda de vidas humanas e sofrimento humanos e apelaram à Rússia para a cessação imediata das hostilidades e a retoma da via da negociação e diálogo", lê-se na declaração conjunta da cimeira.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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