De acordo com a composição do XIII Governo Constitucional divulgada hoje pela Presidência da República, Mariana Vieira da Silva é reconduzida como ministra da Presidência e torna-se a segunda figura do Governo, lugar ocupado até agora pelo ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira (que deixa o Governo).
Já considerada como "braço-direito" do primeiro-ministro, António Costa, a governante de 43 anos é uma das mais jovens ministras do novo executivo.
Na sua equipa, contará com três secretários de Estado, cujos nomes ainda não foram divulgados.
No executivo que em breve cessa funções, as áreas do Planeamento e da Administração Pública estavam autonomizadas em dois ministérios diferentes, liderados por Nelson de Souza e Alexandra Leitão, respetivamente.
Com a pandemia, coube muitas vezes à ministra o anúncio das medidas de combate à covid-19 e em agosto, nas férias do primeiro-ministro, a ministra de Estado e da Presidência (quarta na hierarquia do Governo) foi primeira-ministra em exercício.
Mariana Vieira da Silva integra os governos de António Costa desde 2015, tendo sido secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro até 2019.
Em fevereiro desse ano, na remodelação do Governo, subiu a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, substituindo no cargo Maria Manuel Leitão Marques, que concorria então pelas listas do PS ao Parlamento Europeu.
Já no Governo que saiu das eleições legislativas do final de 2019, chegou ao núcleo central do executivo de António Costa como ministra de Estado e da Presidência.
Antes, entre 2009 e 2011 foi adjunta no gabinete do então primeiro-ministro, José Sócrates, e anteriormente trabalhou como assessora da ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues entre 2005 e 2009.
No PS, já sob a liderança de António Costa, esteve envolvida na elaboração dos programas eleitorais.
A ascensão política de Mariana Vieira da Silva tornou-se evidente em termos públicos quando António Costa a escolheu para coordenadora da moção de estratégia que apresentou no congresso dos socialistas em 2018 - um documento que defendia o caráter essencial das políticas de aumento do salário mínimo e de atração de imigrantes ao país para compensar a curto prazo a quebra de natalidade.
Membro do Secretariado Nacional do PS e colocada entre os potenciais sucessores de António Costa na liderança deste partido, Mariana Vieira da Silva foi nas últimas eleições legislativas candidata em terceiro lugar na lista socialista de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Lisboa.
Antiga praticante de natação de alta competição pelo Sporting, Mariana Vieira da Silva nasceu em 1978, em Lisboa, é licenciada em Sociologia pelo ISCTE-IUL e é filha antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva.
Em termos académicos, concluiu a parte curricular do Doutoramento em Políticas Públicas, no ISCTE, encontrando-se a terminar uma dissertação sobre políticas de saúde e de educação em Portugal.
Fez parte da equipa organizadora do Fórum das Políticas Públicas, no ISCTE, e foi membro do Conselho Consultivo do Programa Gulbenkian para Cultura e Ciência, da Fundação Calouste Gulbenkian.
No plano profissional, o seu lugar de origem é na União das Mutualidades Portuguesas.
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