Eurásia desde Lisboa? "Declaração de Medvedev é ameaçadora"

Ribeiro e Castro afirma que "questão da Eurásia merece, de facto, uma reflexão permanente a favor da paz, da cooperação e do desenvolvimento".

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Notícias ao Minuto
06/04/2022 09:32 ‧ 06/04/2022 por Notícias ao Minuto

Política

José Ribeiro e Castro

Esta terça-feira, Dmitry Medvedev, antigo presidente da Rússia e pessoa próxima de Vladimir Putin, declarou, no Telegram, que um dos objetivos da Rússia é criar uma "eurásia de Lisboa a Vladivostok". Em reação, José Ribeiro e Castro, do CDS-PP, considerou a declaração "ameaçadora". 

"A declaração de Medvedev é ameaçadora, se for vista na perspetiva desta guerra que o Kremlin começou de modo brutal e poderá ter uma sequência impossível de prever", indicou o advogado na rede social Facebook. 

Contudo, "deixando de lado os jogos de guerra de Putin e dos seus adeptos, a questão da Eurásia merece, de facto, uma reflexão permanente a favor da paz, da cooperação e do desenvolvimento", apontou ainda.

Destacando que ele próprio "idealizou" um projeto "que pudesse ajudar a prevenir a eclosão de confrontos, como o que, agora, a liderança russa desencadeou", Ribeiro e Castro frisou que "seria uma forma de ir vencendo de vez os preconceitos, os medos e os rancores que sobejaram do período da guerra fria dos dois lados do Muro". "E isso, sim, poderia conduzir a 'uma Eurásia aberta entre Lisboa e Vladivostok'".

O centrista sublinhou que "cada Nação deve seguir o modelo económico e político que escolher, mas todas devem poder confiar umas nas outras nesse grande espaço euro-asiático", uma vez que "isso é que poderá pôr fim às guerras".

E acrescentou: "Mas a Rússia não tem credibilidade para falar de paz, enquanto faz uma guerra particularmente cruel. E não consegue pôr ninguém a olhar o futuro, quando está a levar-nos de volta a 1939 [ano de início da II Guerra Mundial".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Leia Também: "Nem Lisboa está segura agora?" Diplomata ucraniano reage a Medvedev

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