A deputada socialista Isabel Moreira saiu, esta quarta-feira, em defesa do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que tem sido pressionado a envolver-se mais na mediação da guerra na Ucrânia, sobretudo depois de a Rússia vir dizer que o responsável português nunca tentou contactar o presidente russo, Vladimir Putin.
Através do Twitter, Isabel Moreira recordou o papel que tem sido desempenhado por Martin Griffiths, subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, que chegou a reunir-se em Moscovo com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e da Defesa, Serguei Shoigu, entre outros responsáveis.
A socialista remeteu para uma publicação feita por Griffiths, na qual o responsável indicava que António Guterres o havia encarregado de “unir” a Rússia e a Ucrânia, de explorar formas de “reduzir o sofrimento humanitário”, nomeadamente a procura de um cessar-fogo humanitário.
“Há um USG [Under-Secretary-General] a tratar (entre outras coisas) dos corredores humanitários. Já lá foi várias vezes e sim, fala com as ‘partes’. E há uma equipa no terreno. Talvez perceber como funciona a ONU. Talvez perceber o que é ser secretário-geral da ONU antes de engolir o que diz a Rússia”, escreveu a deputada.
Há um USG a tratar (entre outras coisas) dos corredores humanitários. Ja lá foi várias vezes e sim, fala com as “partes”. E há uma equipa no terreno . Talvez perceber como funciona ONU. Talvez perceber o que é ser secretário geral da ONU antes de engolir o que diz a Rússia . https://t.co/1zWcjdAvzJ
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) April 20, 2022
Recorde-se que, na terça-feira, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, disse, em declarações à agência Reuters, que o secretário-geral da ONU não tentou contactar o presidente russo desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.
“Ninguém entrou em contato, nem por meio da missão permanente da Rússia na ONU, nem diretamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros”, disse.
Já depois de serem conhecidas estas declarações, um grupo de mais de 200 antigos altos funcionários da ONU escreveram a Guterres, exortando-o a ter “presença” no conflito.
Leia Também: Antigos funcionários da ONU instam Guterres a ter "presença" na guerra