Após Mário Ferreira ter prescindido do empréstimo de 40 milhões de euros do Banco Português de Fomento, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, questionou como "foi aprovado um apoio 4 vezes acima da referência do Banco de Fomento".
No Twitter, a líder do BE manifestou a sua indignação após divulgação, esta segunda-feira, do comunicado em que a Pluris Investments classificou de "vergonhosas ações" da ex-embaixadora Ana Gomes e de Catarina Martins sobre este tema e informou que como resultado o grupo Pluris, "apesar de ter formalizado a candidatura ao instrumento de recapitalização disponibilizado pelo Estado português, em 24 de fevereiro de 2022, e de a mesma ter sido aprovada pelo Banco Português de Fomento, no passado dia 30 de junho de 2022, recusa qualquer cêntimo do PRR e que solicitou hoje o cancelamento do pedido de empréstimo ao Banco de Fomento".
Numa publicação nas redes sociais, Catarina Martins escreveu: "A defesa do interesse público não me envergonha, bem pelo contrário. Fico orgulhosa se serviu para poupar 40 milhões de euros ao Estado", acrescentando: "Estou certa que Ana Gomes também".
A bloquista recorreu às redes sociais para perguntar ao empresário que detém o grupo Pluris e vai realizar um aumento de capital na próxima semana com fundos próprios: "se não precisava, porque é que pediu?".
Não só deixou esta questão em aberto como ainda interrogou "como lhe foi aprovado um apoio quatro vezes acima da referência do Banco de Fomento?".
Porque pediu e como lhe foi aprovado um apoio 4 vezes acima da referência do Banco de Fomento? E até levanta outras questões: se não precisava, porque é que pediu?
— Catarina Martins (@catarina_mart) August 1, 2022
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A Pluris, acionista de referência da Media Capital, dona da TVI, emprega diretamente mais de 1.800 trabalhadores, "que representam uma massa salarial de mais de 50 milhões de euros, apenas no setor turístico, para não mencionar os empregos indiretos que da sua atividade dependem", destaca o presidente.
Atualmente, e através das suas diversas participadas de Rio e Mar, agregadas na Mystic Invest Holding SGPS SA, "o grupo é proprietário de três navios da classe Expedition, assim como de um navio oceânico de transporte de passageiros, o Vasco da Gama, sendo que até ao final do corrente ano será colocado em operação um quarto navio da classe Expedition, atualmente em fase final de construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, razão pela qual o grupo tem necessidade e vai aumentar o seu capital próprio em 80 milhões de euros".
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