Tetos às rendas? BE diz que "fazem falta", mas IL vê "telhados de vidro"

O líder da IL criticou hoje a proposta do BE para criação de tetos às rendas porque "têm sempre telhados de vidro", enquanto Mariana Mortágua defendeu que estes limites "funcionam e fazem falta a Portugal", usando um lema liberal.

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© Rui Valido / TVI - CNN Portugal

Lusa
24/04/2025 23:27 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

A bloquista Mariana Mortágua e o liberal Rui Rocha tiveram esta noite o seu frente a frente no caminho para as legislativas de 18 de maio, um debate em que discordaram nos temas em discussão: defesa, habitação e saúde.

 

Na habitação, a coordenadora do BE insistiu na sua proposta para impor tetos às rendas e deu como exemplo países como a Alemanha e a Holanda, onde disse que estes estão a produzir efeitos, referindo que a renda média está acima do salário que ganha um cidadão comum em Portugal, uma conta que disse "que qualquer pessoa consegue fazer, até um liberal".

"Ao contrário do que a Mariana defende, os tetos de rendas têm sempre telhados de vidro", contrapôs Rui Rocha, partindo depois para um conjunto de exemplos em relação aos quais mostrou notícias para afirmar que esta medida "correu mal" em cidades ou países como a Holanda, Berlim, Irlanda, Barcelona, Suécia.

De acordo com o presidente da IL, a aplicação desta medida faz com que haja "menos soluções" e também "prejudica gerações futuras", e por isso "não funciona", defendendo a proposta liberal de "construir mais, construir mais depressa e construir mais alto".

Concordando com a necessidade de construir, Mortágua acusou a IL de defender a "construção de casas para ricos" e disse que a realidade dos portugueses é outra e por isso é preciso uma medida que baixe os preços das casas.

"Devemos olhar para aquilo que está a ser bem feito [noutros países]. Os tetos das rendas funcionam e fazem falta a Portugal", afirmou, reinventando um lema usado pela IL de que o liberalismo funciona e faz falta a Portugal.

A saúde foi outro tema em que IL e BE ficaram em polos opostos nas ideias que defendem, começando Rui Rocha por fazer o diagnóstico de uma "situação caótica" no SNS, pela qual responsabilizou o BE pelo apoio dado ao PS durante os anos da geringonça.

A proposta da IL prevê "que os portugueses possam escolher onde podem ser tratados" e o líder liberal comparou o momento que se vive com a relevância da criação do SNS, pela decisão que é preciso tomar, assumindo que seria um processo dificil.

Na réplica, Mortágua criticou Rocha por esta comparação e defendeu que, na véspera do 25 de Abril, aquilo que a IL advoga é que é "preciso tomar uma decisão e destruir o SNS".

"Eu quero investir no SNS para que cumpra o seu propósito. O Rui Rocha quer pegar nesse dinheiro e pô-lo no privado", acusou, considerando que o modelo da IL "é o privado passa a conta e o Estado paga".

O debate abriu com o investimento na defesa e Rocha recusou cortes em áreas essenciais para fazer face a este maior encargo, considerando que, "pensando na defesa de todos", com "bom senso esse investimento faz sentido e trará retorno económico ao país em áreas determinantes".

Já Mortágua insistiu que "investir em mais armas quando a Europa tem suficientes não tem qualquer sentido racional".

"É surpreendente que a única visão que a IL consegue ter para um processo de industrialização e fomentar a economia, seja ter a indústria francesa e alemã de armamento com a mão estendida para vir buscar os contratos do Estado português, que não faz ideia como é que vai pagar", disse.

A bloquista aproveitou este momento para acusar a IL de "como não sabe subir salários, desce o IRS para os mais ricos", "como não sabe promover investimentos, quer descer o IRC" e ter "que pagar a descida dos impostos sobre património imobiliário milionário porque não sabe descer os preços das casas".

O líder da IL acusou ainda a coordenadora do BE de, quando foi da invasão da Rússia à Ucrânia, ter desvalorizado completamente essa possibilidade, uma acusação de Mortágua disse ser mentira.

[Notícia atualizada às 23h54]

Leia Também: Chega-AD? Costa "de olhos azuis" e "imaturidade". BE-IL com "casas" e SNS

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