O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou, esta quinta-feira, que “só há uma atitude” perante a preocupação que assola as sociedades, nomeadamente “continuar o combate”.
“O mundo não está fácil, todos sabemos, mas isso só aumenta a responsabilidade dos defensores da democracia, da liberdade, da igualdade, da solidariedade e da fraternidade. Permanentemente. Nos momentos que permanecem bonançosos, é mais fácil perceber-se porque é que o presente e o futuro não são complicados, nem preocupantes. Mas são complicados e preocupantes. Estamos a assistir todos os dias, com a partida de capitães de Abril, à entrada num novo ciclo e é fundamental não perder o entusiasmo, o empenho, a capacidade de luta do ciclos anteriores”, disse, no discurso do jantar comemorativo do 51.º aniversário do 25 de Abril de 1974, promovido pela Associação 25 de Abril.
O chefe de Estado foi mais longe, tendo apontado que “há cada vez menos democracias e mais ditaduras e as democracias são cada vez menos democráticas, quer no aspeto das liberdades, quer no aspeto das igualdades”, o que gera “preocupação”.
“Perante a preocupação só há uma atitude a tomar, que é seguir em frente e continuar o combate. Não há empates na vida das sociedades. Se estamos a empatar, estamos a recuar e a perder. Saio destas funções com a honra de ter condecorado todos os capitães de Abril que se pôde descobrir, que estavam detetáveis e reconhecíveis”, disse, tendo tecido agradecimentos à Associação 25 de Abril pelo seu papel nesse aspeto.
No exterior, Marcelo disse que "o Governo organiza as atividades consoante o critério que considera adequado", tendo indicado que, na sua ótica, os três dias de luto nacional pelo Papa Francisco foram decretados com base na data do funeral.
"Foi o contrário do critério do Vaticano, culminar [no dia do funeral]", disse.
Recorde-se que os jardins da residência oficial do primeiro-ministro em São Bento (Lisboa) vão estar abertos para visitas ao público durante o dia 25 de Abril entre as 10h00 e as 17h00, com distribuição de cravos, mas sem festa e sem a presença de Luís Montenegro, que viajará nesse dia para Roma para participar nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco.
As celebrações festivas da Revolução de 1974 foram adiadas para o 1.º de Maio devido ao luto nacional e "por respeito à morte do Papa Francisco", disse à Lusa fonte do gabinete de Luís Montenegro.
Leia Também: Associação lamenta que luto nacional abranja dia que se comemora Revolução