O antigo militar do Movimento das Forças Armadas e presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, reagiu, esta quinta-feira, ao facto de o Governo ter anunciado que pretende abster-se de participar em festividades do 25 de Abril, devido aos três dias de luto nacional, no âmbito da morte do Papa Francisco.
Em declarações à Antena 1, Vasco Lourenço sublinhou que "tanto quanto sabe" a Assembleia da República "parece que vai participar, apesar de não intervir", mas, por outro lado, o Governo "não tinha nenhuma atividade específica nas comemorações do 25 de Abril."
"Eu respeito muito o Papa Francisco. Considero que era um homem de Abril. Cancelar uma festa [que é] a favor da Liberdade, dos direitos humanos, é ofender o Papa Francisco, não é homenagear", considerou.
"Isto fala quem admirou e admira muito o Papa Francisco, não sendo católico praticante. Já fui, mas não sou", acrescentou.
Note-se que a decisão em causa foi anunciada na quarta-feira em Conselho de Ministros, com o ministro da Presidência a dar conta de que o Executivo tinha aprovado o decreto do luto nacional de três dias pela morte do Papa Francisco. Segundo sublinhou o governante, a legislação aplicável ao luto nacional prevê restrições e limitações, como a colocação da bandeira a meia haste e a "reserva relativamente às celebrações."
Leitão Amaro, sem dar mais detalhes sobre o tipo de reserva que instituições públicas como autarquias devem estar sujeitas, afirmou que o Governo adiou os "momentos festivos" relativamente às celebrações da Revolução dos Cravos para uma "data subsequente" e que os membros do Executivo cancelaram todos os eventos da agenda de natureza festiva como inaugurações e celebrações.
Sobre a realização da sessão solene do 25 de Abril no Parlamento, Leitão Amaro sublinhou que a Assembleia da República "é um órgão autónomo" e que o Governo marcará presença nessa cerimónia.
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