Questionado sobre as sondagens para as eleições legislativas de 18 de maio, Pedro Nuno Santos disse que "há sondagens para todos os gostos", considerando que, além da credibilidade, o Governo da coligação PSD-CDS "esgotou também o seu projeto".
"Revelaram uma incompetência na gestão dos assuntos do Estado, desde logo do Serviço Nacional de Saúde e, sobretudo, mostraram também, ao longo deste ano, que são um Governo da minoria que governa para a minoria", sustentou.
Em matéria de habitação "adotaram algumas medidas, só que foram erradas", salientou ainda Pedro Nuno Santos, ao adiantar que, no último trimestre, os "preços da habitação subiram 15%", levando a que as "pessoas estão ainda mais longe de conseguir casa".
"Se [este Governo] continuasse, iríamos continuar com uma grande instabilidade", realçou o líder socialista.
O líder do PS falava aos jornalistas no final de uma reunião com os dirigentes da Rede Europeia Antipobreza Portugal que visou trazer para a agenda política da pré-campanha às eleições legislativas o combate à pobreza em Portugal.
"Fizemos questão de estar aqui na Rede Nacional Anti-Pobreza, que tem feito um trabalho muito importante ao longo dos últimos 30 anos, porque queríamos que o tema do combate à pobreza pudesse entrar na campanha. Nós só somos uma sociedade decente se formos capazes de tratar de todos, nomeadamente aqueles que são mais vulneráveis", disse.
Pedro Nuno Santos considerou também que o país "progrediu imenso" nas últimas décadas, mas continua com "níveis elevados de desigualdade e também de pobreza".
"Foi aprovada, ainda pelo Governo anterior, a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza. Infelizmente, no último ano ela paralisou. Digo mais, houve mesmo retrocessos na sua execução e nós precisamos de recuperar a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, atualizá-la e executá-la", defendeu.
O dirigente socialista lembrou ainda o legado do Papa Francisco, que morreu na segunda-feira, e que, no entender de Pedro Nuno Santos, se destacou na luta contra a pobreza, "tentando dar voz aqueles que não têm voz"
"Eu acho que nós, nestes dias, devemos mesmo não só recordar a experiência, o exemplo do Papa Francisco, mas colocar o debate sobre a pobreza no centro das preocupações nacionais, ainda mais, porque estamos perante um Governo que, infelizmente, no último ano, recuou, retrocedeu e pouco fez para combater a pobreza", referiu.
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