"Acho que as pessoas vão continuar a viver o dia de amanhã [sexta-feira] com emoção, até porque é véspera do funeral [do Papa Francisco]. Mas acho que é compreensível que, ao mesmo tempo, exprimam o seu entusiasmo pelo 25 de Abril. Não me parece que haja contradição", disse hoje aos jornalistas à chegada à Faculdade de Economia do Porto (FEP).
Questionado antes de participar na primeira sessão do ciclo "Abril Político", na FEP, rejeitou comentar concretamente o comunicado do Governo acerca das alterações às celebrações do 25 de Abril, alegando desconhecimento.
Porém, disse achar que "os portugueses, em geral, vão usufruir do dia de amanhã e do feriado de amanhã [sexta-feira, 25 de Abril] com grande gosto e com grande prazer", pois "o 25 de Abril diz sempre muito às pessoas".
"Amanhã são 51 anos. Claro que nos 50 anos foi mais mobilizador, normal, natural. Mas eu acho que as pessoas gostam do 25 de Abril, genuinamente. Da direita à esquerda", considerou.
O candidato presidencial e ex-líder do PSD lembrou ainda que na sexta-feira "há uma segunda razão" para se assinalar a efeméride, pois passam "50 anos sobre as primeiras eleições democráticas em Portugal, da Assembleia Constituinte".
"Acho que as pessoas amanhã se vão manifestar em torno da ideia do 25 de Abril com o entusiasmo de sempre", anteviu, mesmo estando o país de luto pela morte do Papa Francisco.
Luís Marques Mendes considerou que celebrar o 25 de Abril e fazer o luto são "coisas distintas".
"Acho que o país gostava muito e gosta muito do Papa Francisco. Portanto, ao longo destes dias, com luto nacional ou sem luto nacional, as pessoas vivem com muita emoção o seu desaparecimento", disse aos jornalistas, acrescentando que ninguém ficou indiferente à sua morte, crentes e não crentes.
O Governo esclareceu hoje que o decreto que instituiu o luto nacional pela morte do Papa Francisco não impõe quaisquer restrições à celebração do 25 de Abril por entidades públicas ou privadas, limitando-se a definir a conduta dos membros do executivo.
O programa de eventos de natureza festiva que estavam previstos para a residência oficial do primeiro-ministro "foram adiados para o dia 01 de maio seguinte, mas não foram cancelados", esclareceu o comunicado.
Na quarta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o decreto que declara três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir entre hoje e sábado.
Após o Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro anunciou que o Governo cancelou toda a "agenda festiva" e adiou as celebrações relativas ao 25 de Abril, alegando que o luto nacional pelo Papa Francisco implica reserva nas comemorações.
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