"Gorbachev foi um dos principais responsáveis pela destruição da União Soviética e a restauração do capitalismo na Rússia, quando o que se impunha era o aperfeiçoamento do socialismo", lê-se na abertura do breve comunicado de apenas um parágrafo e 123 palavras.
Para os comunistas, a intervenção de Gorbachev "contribuiu para abrir caminho à contra-ofensiva do imperialismo para recuperar as posições perdidas ao longo do século XX e impor a sua hegemonia no plano mundial, com as graves consequências que daí advieram para os direitos dos trabalhadores, a soberania dos povos, a segurança na Europa e a paz no mundo".
A comprovar esta ideia estão, segundo o PCP, "as guerras da Jugoslávia, do Iraque, da Líbia, da Síria, do Iémen, da Ucrânia, entre outras".
"O reconhecimento e rasgados elogios que lhe são despendidos pelos responsáveis dos EUA, da UE e da NATO falam por si", termina o comunicado do PCP.
Mikhail Gorbachev morreu na terça-feira aos 91 anos, adiantaram as agências de notícias russas Tass, RIA Novosti e Interfax, que citaram o Hospital Clínico Central.
O gabinete de Gorbachev havia dito que o ex-chefe de Estado estava em tratamento no hospital, mas, até ao momento, não foram fornecidos mais pormenores.
Como último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev travou uma batalha perdida para salvar um império fragilizado, mas produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria.
O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, desencadeou uma série de mudanças que resultaram no colapso do Estado soviético autoritário, na libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e no fim de décadas de confronto nuclear Leste-Oeste.
A Tass informou que o ex-chefe de Estado vai ser enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, ao lado da sua mulher.
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