O vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, considerou esta terça-feira que o pacote de apoios às famílias, destinado a responder ao aumento do custo de vida provocado pela aceleração da inflação em Portugal, "vem muito tarde".
"Vem tarde, depois de meses e meses com os portugueses a sofrerem com o custo de vida cada vez mais elevado. Energia, alimentos, produtos, tudo muito mais caro", acusou o dirigente social-democrata.
Na sua argumentação, Leitão Amaro lembrou como "países pela Europa fora" tinham optado por "agir e a anunciar medidas" mais cedo - ao passo que "todas as medidas que foram hoje anunciadas podiam e deviam ter sido apresentadas antes".
Na perspetiva do vice-presidente do PSD, "não havia razão para o Governo" não ter tomado essa posição mais cedo. "O Governo agiu tarde, pensou na arrecadação de impostos. Pensou no Estado, não pensou nem pôs as famílias em primeiro lugar", acrescentou.
Num segundo momento, António Leitão Amaro apontou que "estas medidas" que hoje foram apresentadas, "em grande medida, seguem a proposta do Programa de Emergência [Social] do PSD". Isto embora tenha identificado algumas "diferenças no detalhe, no método" escolhido. Na perspetiva do social-democrata, este pacote trata-se assim de uma "reação tardia a iniciativas que o PSD tem apresentado e seguiu, em grande medida, propostas nas áreas que o PSD tinha apresentado".
Mas, para o vice-presidente do partido, "a grande novidade que hoje recebemos é, na verdade, uma ilusão". Isto porque, prosseguiu, "aquilo que o senhor primeiro-ministro disse aos pensionistas portugueses é que não vão ter aumento, que vão ganhar zero face àquilo que a lei previa".
Nas palavras de Leitão Amaro, o Governo "faz esta ilusão de começar a pagar agora para, no próximo ano, pagar menos do que deveria". E, apontou ainda, o que "está, na verdade, aqui subjacente" é que "ao longo do próximo ano" acabará por "pagar menos do que aquilo que devia".
"E, com isso, obviamente, não tem uma proposta apenas que é menos importante e que apoia menos os pensionistas portugueses, mas é também uma forma política errada de tratar os pensionistas", disse ainda o social-democrata.
Aquele que é um dos vice-presidentes do PSD considerou ainda que "é também de assinalar que, com este pacote que o Governo hoje apresentou, não cumpriu [...] outra proposta do PSD", que passava pela redução do IVA, para a taxa mínima, para o gás e para os combustíveis. De recordar que o Governo optou por fazê-lo apenas no caso da eletricidade, tal como também proposto pelo PSD.
Concluindo, Leitão Amaro afirmou que o país tem um Governo que "age tarde, faz hoje o que podia ter feito há muitos meses, faz hoje o que outros já fizeram, faz hoje muito depois o que o PSD propõe desde maio", um "Programa de Emergência Social para as famílias que tanto sofrem".
As declarações foram proferidas depois de o Governo ter aprovado, esta segunda-feira, em Conselho de Ministros extraordinário, um pacote de medidas de apoio às famílias, que tem como objetivo responder ao aumento do custo de vida provocado pela aceleração da inflação em Portugal.
[Notícia atualizada às 21h31]
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