Líder parlamentar do PS contra candidato do Chega a vice-presidente da AR
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, anunciou que irá hoje votar contra a eleição do deputado do Chega Rui Paulo Sousa para o cargo de vice-presidente da Assembleia da República.
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Política Assembleia da República
Esta é a terceira vez que o Chega apresenta candidato para a vice-presidência da mesa da Assembleia da República, depois de terem sido rejeitados os deputados Diogo Pacheco de Amorim e Gabriel Mithá Ribeiro no início da legislatura.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião semanal da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias disse que o seu grupo parlamentar "fez uma nota sobre o processo de votação" para um dos lugares de vice-presidência da Assembleia da República.
"Discutimos politicamente esse assunto e, mais uma vez, o Grupo Parlamentar do PS, de forma maioritária, expressou o seu sentido de voto. Eu votarei contra", esclareceu Eurico Brilhante Dias, depois de questionado pelos jornalistas.
Na súmula da última reunião da conferência de líderes, divulgada entretanto, refere-se que o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, informou que o partido "pretendia apresentar uma candidatura a vice-presidente da Assembleia da República".
De acordo com o mesmo documento, o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, "referiu que é um direito/dever dos grupos parlamentares do Chega e Iniciativa Liberal e que logo que fosse apresentada essa candidatura seria agendada a eleição para uma sessão plenária com votações regimentais".
Em 31 de março, a socialista Edite Estrela e o social-democrata Adão Silva foram eleitos para duas das quatro vice-presidências da Assembleia da República.
De acordo com o Regimento da Assembleia da República, podem propor vice-presidentes os quatro maiores grupos parlamentares (PS, PSD, Chega e IL na atual legislatura), mas só são eleitos se obtiverem maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções.
Na altura, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou que a Mesa do parlamento tinha quórum de funcionamento, tendo entrado em funções com apenas dois dos quatro vice-presidentes.
O Chega começou por apresentar a votos para a vice-presidência da Assembleia da República Diogo Pacheco de Amorim, que falhou a eleição com 35 votos a favor, 183 brancos e seis nulos.
Na mesma votação, a IL candidatou o seu líder, João Cotrim Figueiredo, que obteve 108 votos favoráveis, 110 brancos e seis nulos, tendo também falhado a eleição.
Após falhar a primeira eleição, o Chega apresentou o deputado Gabriel Mithá Ribeiro para uma nova votação, mas a Iniciativa Liberal decidiu retirar-se, não apresentando qualquer nome.
Na segunda votação, Gabriel Mithá Ribeiro obteve 37 votos a favor, 177 brancos e 11 nulos, aquém dos 116 deputados necessários para conseguir a maioria absoluta e ser eleito vice-presidente.
Na altura, o deputado alegou não ter sido eleito por uma "questão racial", apesar das posições conhecidas a defender que não existe racismo em Portugal, e o presidente do Chega, André Ventura, responsabilizou uma "maioria de bloqueio", constituída por PS, PSD, PCP e BE, pela falha na eleição de um vice-presidente da Assembleia da República do seu partido.
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