IL saúda "dignidade de ministra", insiste no conflito de interesses

O PS pediu desculpa ao deputado Carlos Guimarães Pinto, que foi interrompido durante a audiência com a ministra da Coesão Territorial quando a questionou sobre alegados conflitos de interesse.

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Hélio Carvalho
28/09/2022 14:18 ‧ 28/09/2022 por Hélio Carvalho

Política

Iniciativa Liberal

O deputado Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, tentou retomar o "tema central" dos alegados conflitos de interesse da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e deu o assunto como encerrado, depois de o PS ter pedido desculpa pela "atitude infeliz" da deputada socialista Isabel Figueira de pedir a retirada de uma intervenção da IL, esta quarta-feira, durante audição parlamentar.

Através do Twitter, o deputado salientou o pedido de desculpas dos socialistas e elogiou a "dignidade da ministra" por "rejeitar a retirada na audição".

"Para mim, o assunto da gravação fica encerrado, esperando que não se repita. O assunto central do conflito de interesses mantém-se, claro", concluiu o deputado da IL eleito pelo círculo do Porto.

Durante a Comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local, o deputado liberal 'fugiu' do tema do relatório obrigatório sobre o estado do ordenamento território e questionou antes a ministra sobre uma notícia sobre as empresas do marido e fundos comunitários.

Esta quarta-feira, o Observador avançou que duas empresas do marido da ministra receberam fundos comunitários, sendo que o ministério liderado por Ana Abrunhosa tutela as CCDR, que gerem os fundos comunitários atribuídos a uma das empresas. Segundo o órgão, a Thermalvet, detido a 40% por António de Trigueiros de Aragão, recebeu 133 mil euros, sendo que a empresa foi constituída 15 dias antes do início da execução do projeto, em 2020.

Durante a sua intervenção, na qual o deputado pediu que os fundos fossem devolvidos - propondo como alternativa a demissão da ministra da Coesão Territorial, perante a "falha ética" em causa -, a deputada Isabel Figueira interrompeu-o e questionou a pertinência do assunto na comissão em causa

"Do que eu percebi, eu não posso vir para aqui alegar factos que não têm a ver com a ordem de trabalhos. Não posso falar sobre o café ou o chá que podemos ter tomado ontem à tarde", afirmou a deputada, antes de pedir que fosse "retirada" a intervenção de Carlos Guimarães Pinto da gravação da audição, e excluída da ata da reunião.

A declaração de Isabel Figueira foi altamente criticada pela Iniciativa Liberal, que considerou como um ato de censura a atitude da deputada do PS.

Já após o almoço, o socialista Pedro Delgado Alves pediu desculpa pelo "momento infeliz" da deputada do mesmo partido, mas argumentou que "não parece ter havido uma intenção censória da parte da senhora deputada.

"Pedimos desculpa pelo sucedido e temos a consciência que será compreendido que um momento infeliz não marca e não manchará a posição do PS", rematou Pedro Delgado Alves.

O líder parlamentar da Iniciativa Liberal defendeu em conferência de imprensa que o episódio registado na Comissão do Poder Local deve suscitar "uma reflexão" aos socialistas, considerando ser "sintoma da forma como PS governa e gere a coisa pública". Já a deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu o partido do lado oposto do parlamento e sublinhou que "nenhum deputado tem o poder para apagar atas" de comissões parlamentares.

Leia Também: PS pede para apagar gravação depois de IL pedir demissão de ministra

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