Governo resigna-se "perante o empobrecimento do país", diz BE

Governo recebeu partidos para falar sobre o Orçamento do Estado para 2023. Bloco de Esquerda acusa o Governo de aceitar um "empobrecimento generalizado".

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Carmen Guilherme com Lusa
07/10/2022 11:20 ‧ 07/10/2022 por Carmen Guilherme com Lusa

Política

OE2023

O Bloco de Esquerda considerou, esta sexta-feira, que o Governo está a resignar-se perante o "empobrecimento do país" e, por isso, a falhar na resposta que é "essencial" nesta crise.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Filipe Soares considerou que um Governo que "aceita a perda do poder de compra de todo um país", o "empobrecimento generalizado", é um Executivo "que está a ser cúmplice dessa realidade".

"O Governo reconheceu que há uma perda de poder de compra dos salários e das pensões com as medidas que tem apresentado ao país e com aquilo que trará no Orçamento do Estado para os anos" de 2022 e para 2023, tendo em conta a inflação "brutal" que existiu e que continuará no próximo ano.

"Um Governo que se resigna perante o empobrecimento do país, não está a perceber a necessidade de resposta que as pessoas têm e, por isso, esta a falhar à resposta que é essencial nesta crise: salvaguardar as famílias, salvaguardar a economia dos efeitos da inflação", notou.

O bloquista notou ainda que expressou estas "preocupações", que não são apenas do Bloco de Esquerda, "mas do país, de quem trabalha".

"Um Governo que assiste e é um participante ativo na perda de poder de compra de todo um país, em particular de quem trabalha, é um Governo que está a ser cúmplice sobre esta realidade", reiterou, defendendo que é preciso proteger salários, proteger as pessoas dos "aumentos de preços", muitas vezes decorrentes dos "abusos das empresas".

"As nossas soluções foram apresentadas. Da parte do Governo, depois de todas as promessas de diálogo, nós sabemos que o PS decide, e o que tem decidido tem sido contra o poder de compra das famílias e, por isso, favorecendo a perda de poder de compra", criticou.

"O Governo colocou na questão da dívida uma das matérias fundamentais, curiosamente num contexto em que outros países não estão a ter essa prioridade, porque reconhecem o óbvio, e era algo que o PS reconhecia até alguns anos atrás: quando a economia está frágil -- e a economia pode ficar frágil porque as famílias não têm dinheiro -- as dívidas públicas aumentam, porque as contas públicas dependem da dinâmica económica", argumentou.

O deputado sublinhou ainda que "há outros países que estão a ser muito mais corajosos na salvaguarda do rendimento das famílias. E o Governo, ao não ter essa coragem, está a faltar às famílias e ao país e à economia do país". "Esse é um erro que nós pagaremos caro", considerou.

"Desse ponto de vista, é um Governo que se prepara para ter problemas que nós já tivemos no passado, ao desvalorizar o essencial", reforçou.

O Governo apresentou hoje o seu cenário macroeconómico aos partidos com assento parlamentar, três dias antes de entregar a proposta de Orçamento do Estado para 2023 na Assembleia da República.

Nestas reuniões, o executivo esteve representado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

[Notícia atualizada às 12h27]

Leia Também: OE2023? "Depende" de "medidas aprovadas conjuntamente" para 2022

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