Polémica com Marcelo? "Algum excesso de intervenção pública"

Na CNN Portugal, Alexandra Leitão comentou as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa sobre a polémica dos abusos sexuais na Igreja que envolveu o Presidente da República na semana passada.

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/10/2022 08:38 ‧ 17/10/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Abusos na Igreja

Na sequência das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, na semana passada, a ex-ministra socialista Alexandra Leitão, em comentário na CNN Portugal, refere que considerou “estranha” a defesa pública feita pelo primeiro-ministro António Costa às polémicas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, feitas na semana passada.

Soou-me estranho, mesmo tendo em conta a interação animada que o Presidente da República e o primeiro-ministro têm mantido entre si nos últimos sete anos”, refere a, também, jurista e professora de Direito.

O primeiro-ministro falou numa interpretação "muito errada" das palavras do chefe de Estado sobre os abusos na igreja e, por isso, expressou "publicamente" a sua solidariedade.

Recorde-se que, na passada terça-feira, questionado sobre a recolha de 424 testemunhos de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica em Portugal, o Presidente da República afirmou não estar surpreendido, salientou que "não há limite de tempo para estas queixas" que têm estado a ser recolhidas, algumas relativas "há 60 ou há 70 ou há 80 anos".

"Significa que estamos perante um universo de pessoas que se relacionou com a Igreja Católica de milhões ou muitas centenas de milhares", prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo: "Haver 400 casos não me parece que seja particularmente elevado, porque noutros países e com horizontes mais pequenos houve milhares de casos".

Face às críticas que estas declarações suscitaram, o chefe de Estado divulgou uma nota na qual afirmou que "este número não parece particularmente elevado face à provável triste realidade, quer em Portugal, quer pelo mundo", admitindo que "terá havido também números muito superiores em Portugal".

Depois, o Presidente da República falou para a RTP e para a SIC a reforçar a mesma mensagem, reiterando que 424 queixas lhe parece um número "curto", declarando que aceita democraticamente as críticas que recebeu, mas não as compreende.

O Presidente da República acabou por ceder à pressão das críticas e pediu desculpa. "A minha intenção não foi ofender as vítimas, se ofendi, peço desculpa".

No mesmo espaço de comentário, Alexandra Leitão comparou ainda o primeiro e segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa no papel de Presidente da República.

“No seu primeiro mandato, assumiu uma forma de atuação que foi muito importante. Vínhamos de um mandato muito fechado, uma Presidência muito fechada de Cavaco Silva, portanto, a Presidência aberta que Marcelo Rebelo de Sousa lançou, foi muito importante e foi importantíssima para a reconciliação dos portugueses com a Presidência da República e com a política em geral", considerou.

Ainda assim, o ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública sublinhou que "este segundo mandato tem sido marcado por algum excesso de intervenção pública", algo que, por vezes, pode culminar em "declarações mais infelizes", afirma, referindo-se às declarações relativas ao número de casos de denúncias recebidas sobre abusos sexuais a crianças na Igreja.

Leia Também: Marcelo sobre abusos foi infeliz, mas 'ajuda' de Costa foi "oportunista"

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